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25/Sep/2025

Infraestrutura: Brasil precisa dobrar investimentos

De acordo com dados do “Raio-X do Setor de Infraestrutura Brasileiro – 2025”, elaborado pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o País precisaria investir mais de 4% do PIB ao ano, por pelo menos duas décadas, para alcançar a média global de estoque de infraestrutura, que corresponde a 60% do PIB. Hoje, o Brasil tem apenas 35,5%, um dos níveis mais baixos entre as economias emergentes. O Brasil investiu apenas 2,22% do PIB em infraestrutura em 2024, percentual inferior à própria depreciação anual dos ativos (2,27%). O Brasil não crescerá de forma sustentável se continuar investindo menos do que a própria depreciação dos ativos. Cada Real aplicado em infraestrutura retorna em produtividade, emprego e inclusão social. Os investimentos em infraestrutura têm impacto econômico expressivo. De acordo com o estudo, cada R$ 1 milhão investido no setor adiciona R$ 1,44 milhão ao PIB e gera 34 empregos diretos e indiretos.

O relatório será lançado no Rio Construção Summit 2025, maior encontro nacional do setor, que começou nesta quarta-feira (24/09), no Rio de Janeiro. Governo e iniciativa privada precisam agir em conjunto para recuperar o tempo perdido e garantir um ambiente seguro e estável para novos investimentos. O documento identifica entraves históricos que comprometem a competitividade do País e a qualidade de vida da população. No Brasil, 32 milhões de pessoas não têm acesso à água potável e 90 milhões carecem de coleta de esgoto adequada. Em relação às telecomunicações, o estudo registra a expansão da fibra óptica e do 5G, mas frisa que persiste a desigualdade de acesso em áreas rurais e periferias. A pesquisa também destaca que apenas 40% das rodovias estão em estado regular, enquanto 13% encontram-se em condição ruim ou péssima, o que gera prejuízos logísticos de R$ 8,8 bilhões por ano.

Além disso, aponta ferrovias subutilizadas, portos com gargalos e malha metroferroviária insuficiente para atender grandes centros urbanos. O Brasil perdeu espaço no mercado global de serviços de engenharia. Entre 2013 e 2022, houve redução de 60% no faturamento de construtoras brasileiras no exterior, resultando na eliminação de mais de 4 milhões de empregos. O setor de construção pesada mantém índices de formalização muito superiores à média nacional. Em 2024, 74,2% dos trabalhadores tinham carteira assinada, ante cerca de 47% no conjunto da economia. A construção pesada "tem se mostrado um vetor relevante de inclusão, oferecendo empregos formais, com salários mais altos, especialmente para a população em situação de maior vulnerabilidade. É urgente a construção de um "pacto nacional de longo prazo" que assegure investimentos consistentes, acima de 4% do PIB, em linha com os países emergentes mais dinâmicos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.