04/Sep/2025
Segundo a StoneX, o Brasil inicia a safra 2025/2026 de grãos com relações de troca desfavoráveis. Isso é observado em outros países também e tende a pressionar as margens dos agricultores. No caso do MAP (fosfatado), 2025 tem sido um ano de oferta global apertada, com disputa acirrada entre compradores. Relação de troca parecida com a atual foi observada a última vez em 2022, ano em que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia eclodiu e os preços dos fertilizantes dispararam. Em momentos críticos, o produtor precisou de ao menos 30 sacas de 60 Kg de soja para adquirir 1 tonelada de MAP. Esse quadro levou os importadores brasileiros a buscarem alternativas à base de fósforo menos concentrado, que por vezes ofereceram um melhor custo-benefício.
No mercado da ureia, a volatilidade prevaleceu ao longo de 2025. As restrições de exportação impostas pela China, grande fornecedora global, reduziram a oferta, enquanto a Índia, forte importadora, manteve compras ativas em função das monções favoráveis às aplicações de fertilizantes. Esse movimento sustentou os preços internacionais. Nos últimos dias, surgiram sinais de alívio. A China anunciou a retomada parcial das exportações de fosfatados e a demanda internacional mostrou resistência a preços mais altos, gerando quedas recentes nas cotações. Ainda assim, como parte importante das compras brasileiras para a próxima safra já foi concluída, os custos elevados registrados ao longo do ano deverão ser absorvidos pelo setor na temporada que se inicia em breve.
Segundo a Agrinvest Commodities, o endividamento do produtor rural será um fator decisivo para o mercado de fertilizantes em 2025/2026. Mesmo com custos de produção moderados, dívidas passadas influenciam fortemente o comportamento de compra. Os desafios da safra estarão relacionados principalmente ao crédito e à competitividade de produtos menos concentrados, que exigem maior logística e mudam a dinâmica de aquisição pelo produtor. O milho também apresenta um mercado expressivo em aberto, de aproximadamente 55% do volume de fertilizantes necessário para a safra. Observa-se um movimento atípico neste ano. Os produtores do Paraná anteciparam compras em relação aos de Mato Grosso. Em poucos dias, o mercado abriu de forma intensa.
O crédito será determinante para 2ª safra d e2026, já que os produtores só deixarão de comprar caso haja restrições. No caso da soja, cerca de 35% a 40% do mercado ainda está aberto na Região Sul, indicando espaço para novas negociações. O produtor do Rio Grande do Sul enfrenta um momento difícil e precisa de suporte para recompor suas atividades. Apesar do crescimento de cerca de 30% na produção brasileira de fertilizantes, há necessidade de atenção à entrega de nutrientes. 2025 será um ano marcante para o mercado, com transformações importantes, especialmente relacionadas a produtos menos concentrados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.