28/Aug/2025
A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) está pedindo junto ao Ministério de Minas e Energia (MME) e a bancos públicos que o pagamento de dívidas de usinas de afetadas pelo curtailment, jargão do setor para os cortes de geração renovável por razões sistêmicas, seja suspenso por 24 meses. As empresas não estão faturando e não conseguirão pagar as dívidas para os bancos se elas não estão recebendo. A situação é muito crítica. Esse talvez seja o cenário mais desafiador que as fontes renováveis já enfrentaram na história no Brasil. 20% de tudo que as usinas solares de grande porte poderiam ter gerado ao longo deste ano foi cortado e há associados cuja receita está sendo afetada em até 80%.
A situação está tão crítica que, além de buscar a reclassificação de cortes como operador, a Absolar está trabalhando com as instituições financeiras para pedir tempo, prazo, fôlego, 24 meses a mais para o pagamento das dívidas. Neste contexto, para além dessa tentativa de suspensão dos pagamentos, chamada no mercado de stand still, a associação tem uma ação na Justiça junto à Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) para ampliar o ressarcimento que é feito hoje com base na regulamentação sobre o tema. Possui ainda uma tentativa de reclassificar os tipos de corte junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), já que apenas uma das classificações prevê ressarcimento via encargo, e ainda participa do grupo de trabalho do MME sobre o tema.
Os cortes são um problema regulatório. O entendimento na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) é diferente. A agência reguladora afirmou estar cumprindo "estritamente os ditames da legislação", embora esteja aberta a acordos para evitar a judicialização do tema. O avanço dos sistemas de armazenamento no País pode ajudar a lidar com essa realidade. Não vai resolver tudo, mas pode ajudar a mitigar um pedaço desse problema melhorando a infraestrutura elétrica, diminuindo o gargalo na transmissão, armazenando parte dessa energia nas usinas geradoras, como já acontece em vários outros países. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.