ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

22/Aug/2025

Máquinas: impactos do tarifaço dos EUA no setor

Segundo levantamento da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), um dos setores mais atingidos pelo tarifaço dos Estados Unidos, a indústria de máquinas e equipamentos estima perder cerca de 16 mil postos de trabalho, caso a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros seja mantida. Apenas em São Paulo, o Estado mais industrializado do País, podem ser cortadas 11 mil vagas, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro vêm na sequência, com perdas menores, mas importantes para o setor localmente. A indústria de máquinas foi particularmente atingida porque a maior parte das exportações é feita entre companhias do mesmo grupo, que complementam sua produção em diferentes partes do mundo. Em áreas como máquinas e equipamentos para construção civil, por exemplo, as vendas chamadas intercompany chegam a 80%. Além disso, máquinas e equipamentos são feitos sob encomenda, com uma série de especificações técnicas e expertises que atendem a cada um dos mercados. Assim, é praticamente impossível substituir os compradores no exterior de maneira imediata.

Com a exclusão da lista de produtos isentos, máquinas e equipamentos responderão por cerca de 20% de todos os itens que receberam a taxação extra dos Estados Unidos. Haverá um período de adaptação, sobretudo nas Regiões Sul e Sudeste. O impacto em empregos, porém, deverá demorar a acontecer. Historicamente, com crises que resultam em queda imediata em produção e vendas, as empresas buscam reter mão-de-obra, que é altamente qualificada e escassa no setor. As demissões são a última alternativa, até que não tenham mais possibilidade de corte de gastos em outras frentes. Evidentemente, as empresas menores e com fluxo de caixa mais apertado já partiram para essa alternativa como forma de redução de custos. O Plano Brasil Soberano, do governo federal, foi anunciado há pouco mais de uma semana e deve levar tempo até chegar na ponta. Sua implementação pode levar semanas, prazo que muitos fabricantes não têm. Apesar de São Paulo ser o Estado mais afetado em termos nominais pelo impacto do tarifaço, há outros em que a participação das exportações para os Estados Unidos tem maior peso.

É o caso de Sergipe, que obtém quase 74% de suas vendas ao exterior provenientes daquele país, seguido por Pernambuco (72,4%), Alagoas (67,2%) e Pará (62,2%). Dos dez municípios mais afetados pelo tarifaço, quatro ficam em São Paulo. Entre as cidades mais impactadas estão Piracicaba (máquinas agrícolas, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes, segundo descrição do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), São Paulo (caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes), Guarulhos (máquinas agrícolas, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos, e suas partes) e Pederneiras (veículos automóveis, tratores, ciclos e outros veículos terrestres, suas partes e acessórios). Nos Estados das Regiões Norte e Nordeste mais afetados, as empresas do setor que exportam para os Estados Unidos são da indústria automotiva (veículos e partes em Pernambuco), de plástico (Alagoas) e transporte (equipamentos navais e offshore no Pará). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.