20/Aug/2025
A movimentação de soja e milho pelo Arco Amazônico recuou 8,7% entre janeiro e maio, em meio à estiagem prolongada e ao atraso em dragagens de manutenção que reduziram a capacidade de carregamento das embarcações. Dados da Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) mostram que os embarques de longo curso e cabotagem caíram de 14,6 milhões de toneladas nos cinco primeiros meses de 2024 para 13,3 milhões no mesmo período deste ano. A ATP intensificou gestões para o fortalecimento da navegação na Região Norte.
Uma das frentes é o projeto da Barra Norte, que busca ampliar o calado autorizado e aumentar a eficiência logística. A entidade também atua junto ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para viabilizar dragagens estratégicas, como no Rio Tapajós. Outra prioridade é a adoção do modelo de concessões hidroviárias, que transfere ao concessionário responsabilidades como levantamentos hidrográficos, manutenção e sinalização náutica. O objetivo é dar previsibilidade à navegação e reduzir a dependência de ações emergenciais.
Com sua vocação natural para a navegação interior e sua posição geográfica privilegiada, a região tem todas as condições para seguir ampliando sua participação no escoamento da produção nacional, desde que superados os atuais gargalos operacionais. Apesar da queda em 2025, os portos da Região Norte ampliaram participação na última década. Em 2024, a movimentação de soja e milho na região somou 30,9 milhões de toneladas, crescimento de 288% em relação a 2015. O desempenho superou o avanço de 55% no Porto de Santos (PR) e de 17% no Porto de Paranaguá (PR) no mesmo período.
No ano passado, o Arco Amazônico respondeu por 22,8% da movimentação nacional das duas commodities, enquanto o Porto e Santos concentrou 32,5% e o de Paranaguá 10,6%. No total, a região movimentou 87,8 milhões de toneladas de cargas em 2024, alta de 4,8% ante 2023. Os terminais de uso privado foram responsáveis por 64% desse volume. Além de grãos, a região escoa bauxita, contêineres, produtos químicos, petróleo e derivados, fertilizantes e soda cáustica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.