15/Aug/2025
A SLC Agrícola estima que os fertilizantes estão atualmente 40% mais caros do que a média histórica dos últimos dez anos, excluindo-se pontos fora da curva, reflexo da instabilidade geopolítica global. Apesar disso, a companhia considera baixo o risco de disrupção nas importações provenientes da Rússia, diante da interdependência internacional na cadeia de suprimentos. É um produto caro para commodities que estão com preços baixos. O produtor norte-americano também está estrangulado em termos de margem. Hoje, os preços de nitrogênio e fósforo estão bem acima da média, enquanto o potássio está cerca de 13% mais caro. Mesmo dentro do nitrogênio, há produtos com comportamentos diferentes.
O Brasil, de forma geral, terá o custo mais alto da história na próxima safra. A dependência global da Rússia continua relevante. O Brasil importa 26% dos fertilizantes da Rússia. Só de potássio, 38% vêm de lá. Os Estados Unidos também dependem: 14% do que eles consomem vem da Rússia. Eles usam mais fertilizante que o Brasil: 51 milhões de toneladas por ano contra 45 ou 46 milhões de toneladas no País. Um rompimento dos fluxos comerciais seria extremamente difícil de ser operacionalizado. Uma disrupção nessa cadeia provocaria uma revolução no mercado. Alguém teria que produzir o que é necessário em outro lugar, o que não acontece do dia para a noite. Mesmo durante a pandemia e a guerra na Ucrânia, os fertilizantes não foram alvo de sanções.
É uma necessidade básica para a produção de alimentos. As agências multilaterais atuaram para garantir esse fluxo. Em relação à dinâmica de preços, os fertilizantes tendem a se ajustar ao comportamento das commodities. Sempre que os preços das commodities agrícolas caíram, os fertilizantes cederam também. O que se vê agora é uma distorção causada pela geopolítica. Quanto aos defensivos, no fim do ano passado, os preços caíram bastante e agora estão estáveis. Alguns produtos, como o mancozeb, subiram por escassez, mas, no conjunto, a cesta está um pouco mais barata que no ano passado em dólar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.