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15/Aug/2025

Rodovias: leilões têm atraído mais participantes

Os juros elevados e incertezas econômicas levantaram dúvidas se o mercado teria capacidade de absorver a grande oferta de leilões rodoviários previstos para este ano. No entanto, apesar da carteira robusta, o número de participantes tem ganhado tração. O ano de 2025 está com a maior concorrência média da última década considerando os anos que tiveram mais de um projeto leiloado. O leilão da Rota Agro, realizado nesta quinta-feira (14/08), atraiu cinco participantes. Com isso, consagrou-se como o certame rodoviário mais concorrido em sete anos. O resultado superou a Rota dos Cristais (BR-040/GO/MG), leiloada em setembro do ano passado com quatro propostas. A maior média anual de participantes em leilões de rodovias federais nos últimos dez anos é de 2015. Naquele ano, foi realizado apenas um leilão, que atraiu seis players.

Em 2018, quando novamente apenas um projeto foi ofertado ao mercado, cinco empresas se apresentaram. Em 2019 e 2020, que tiveram um certame em cada, três concorrentes se apresentaram. Por isso, considerando o volume de projetos, a média de participação e a diversidade de empresas, o cenário atual tem sido de concorrência amplamente maior. Outra sinalização de que o ambiente está favorável é o expressivo desconto de 19,70% que consagrou a vitória do Consórcio Rota Agro Brasil. Foi o segundo maior desconto entre os últimos 18 leilões de rodovias federais. Demonstrando que a modelagem econômico-financeira adotada permite sustentar margens elevadas de desconto sem comprometer os investimentos previstos ou a qualidade dos serviços a serem prestados. Além do número elevado de participantes, manteve-se a tendência observada desde o ano passado quanto à diversificação de empresas interessadas nos ativos.

Marcaram presença nomes ligados ao setor financeiro, como a XP. As construtoras foram representadas pela Way Brasil e VF Gomes, por exemplo. Por sua vez, a EPR é focada na gestão e operação de concessões. Para o escritório Toledo Marchetti Advogados, o setor vive um momento de dinamismo, com presença de estrangeiras, fundos e construtoras. O cenário é atribuído a oportunidades atrativas, amadurecimento regulatório e maior previsibilidade contratual. O setor de rodovias se encontra bastante movimentado, acompanhado por empresas estrangeiras, fundos, construtoras e players que tradicionalmente já atuam no setor. Na mesma linha, o escritório Vernalha Pereira avalia que o resultado do certame sinaliza boas perspectivas para os leilões previstos para o segundo semestre.

Pela quantidade de players que acorreram ao leilão desta quinta-feira (14/08), e pelos percentuais de desconto dos lances apresentados, não se vislumbra influência negativa de cenário macroeconômico ou de outras externalidades sobre o programa brasileiro de concessões rodoviárias, que segue aquecido e maduro. No ano passado, o governo federal promoveu sete leilões, alcançando o mesmo volume de certames bem-sucedidos de 2007, até então, o ano com o maior número de disputas. A meta da gestão federal é encerrar o atual mandato com 35 leilões rodoviários, restando 21 para que essa marca seja alcançada até dezembro de 2026. A expectativa do Ministério dos Transportes é dobrar o recorde do ano passado e realizar 15 neste ano. Até o momento, foram 8 certames, dois de contratos repactuados. Na carteira oficial, há nove projetos previstos para serem ofertados nos próximos meses, o que inclui dois contratos repactuados e sete convencionais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.