15/Aug/2025
A concessão da Rota Agro (BR-060/364/GO/MT) foi arrematada pelo Consórcio Rota Agro Brasil nesta quinta-feira (14/08). O grupo é composto por diversas empresas, incluindo a Azevedo & Travassos. A oferta vencedora representa um desconto de 19,70% em relação à tarifa básica de pedágio estipulada em edital. O certame contou com outros quatro concorrentes, tornando-se o mais concorrido desde 2018. O trecho, de 490 quilômetros entre Rio Verde (GO) e Rondonópolis (MT), é conhecido pelo intenso tráfego de veículos de carga e de passeio. O projeto prevê mais de R$ 7 bilhões em investimentos ao longo dos 30 anos de contrato. Do montante total, R$ 4,4 bilhões são referentes a investimentos diretos (capex) e R$ 2,8 bilhões em custos operacionais (opex). O certame contou com a participação também da construtora VF Gomes, EPR, Way Concessões e o Consórcio Rota do Cerrado, formado, entre outras empresas pelo fundo XP Infra V. O grupo já havia apresentado a melhor oferta na primeira etapa: 17,18%.
A segunda melhor colocada foi a Way Concessões que ofereceu 16,10%. Com isso, as duas empresas foram classificadas para a fase de disputa a viva-voz. Além da Azevedo & Travassos, o Rota Agro Brasil é composto também pelo fundo de investimento Camaçari e pelas empresas Sobrado Construção e GAE Construção & Comércio. O Grupo Azevedo & Travassos administra a Rota Verde (BRs-060/452/GO) por meio da concessionária Rota Verde Goiás, formada também pela TecPav. A empresa atua ainda no segmento de óleo e gás, assim como na área de saneamento. Em abril de 2025, disputou a concessão dos serviços de água e esgotamento do Pará, mas a Aegea saiu como vencedora. Com cinco participantes, o leilão foi o mais concorrido em sete anos, igualando a marca dos trechos do Rio Grande do Sul das BRs 116 e 392. A disputa, realizada em 2018, atraiu o mesmo número de interessados e foi arrematada pelo grupo EcoRodovias.
A Rota Agro superou a Rota dos Cristais (BR-040/GO/MG), que foi leiloada em setembro do ano passado em um certame com quatro propostas. Além do número elevado de participantes, a diversificação também marcou o leilão. Estiveram presentes nomes ligados ao setor financeiro, como a XP e Kinea. As construtoras foram representadas pela Way Brasil e VF Gomes, por exemplo. Por sua vez, a EPR, é focada na gestão e operação de concessões rodoviárias. O trecho concedido se estende do entroncamento da BR-060 com o contorno de Rio Verde (GO) até a entrada da BR-364 no contorno de Jataí (GO). Além disso, engloba a BR-364/GO até a divisa com Mato Grosso e a BR-364/MT até a entrada da BR-163 em Rondonópolis (MT), passando por pontos estratégicos como Santa Rita do Araguaia (GO) e Alto do Araguaia (MT), segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). O projeto prevê a implementação de uma série de melhorias pela concessionária ganhadora. Entre elas, 45,62 km de duplicação e 150,92 km de faixas adicionais em pista simples.
Determina também a construção de 172 novos acessos, 30 paradas de ônibus, 17 rotatórias alongadas e 21 passagens de fauna. Outras melhorias incluem a implantação de barreiras acústicas, passarelas e caixas de contenção para produtos perigosos. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quinta-feira (14/08) que a concessão da Rota Agro (BR-060/364/GO/MT) é fundamental para ampliar a competitividade da produção agropecuária brasileira. Durante o leilão realizado na B3, em São Paulo, ele ressaltou que "investir em rodovias, investir em ferrovias, é fazer competitividade para a agropecuária brasileira". Fávaro destacou a relevância estratégica do trecho, que liga Rondonópolis (MT) e Rio Verde (GO), duas das principais regiões produtoras do País. Segundo ele, a produção total brasileira supera 1,1 bilhão de toneladas por ano, número que vai além das 345 milhões de toneladas de grãos tradicionalmente divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
"A safra brasileira passa de 1,1 bilhão de toneladas", disse, explicando que o cálculo inclui, além dos grãos, cerca de 700 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, 70 milhões de toneladas de proteínas, 70 milhões de toneladas de frutas, além de celulose e hortifrútis. "Tudo isso que sai do campo precisa passar em rodovias", afirmou. O contrato, de 30 anos, prevê investimentos de mais de R$ 7 bilhões no trecho de 490 quilômetros. Para o ministro, a ampliação da infraestrutura de transporte é condição essencial para sustentar o crescimento do campo. "O campo pode continuar produzindo, o campo pode continuar crescendo, porque a infraestrutura está crescendo na mesma velocidade", afirmou. A participação de Fávaro no evento ocorreu no mesmo dia em que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou a safra 2024/2025 de grãos como a maior da história, com 345 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.