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13/Aug/2025

Fertilizantes: possíveis sanções à Rússia preocupam

Segundo o Itaú BBA, a ameaça de sanções secundárias da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a países que mantêm comércio com a Rússia, feita com apoio dos Estados Unidos, adiciona risco relevante ao abastecimento de fertilizantes no Brasil. O País importa 26% de seus adubos dessa origem, que é considerada disponível e, em geral, mais barata do que outras alternativas. Em 2024, 53% do fosfato monoamônico (MAP), 40% do cloreto de potássio (KCl) e 20% da ureia adquiridos pelo Brasil tiveram origem russa.

Em um cenário de restrições efetivas, o Brasil poderia ser forçado a buscar fornecedores alternativos, possivelmente mais caros, elevando o custo de produção agrícola e agravando uma relação de troca já desfavorável entre commodities e insumos, especialmente para o produtor de grãos. O risco geopolítico surge em momento de alta dos nitrogenados. Em julho, a ureia subiu 5,2%, para US$ 455,00 por tonelada nos portos brasileiros.

Os potássicos e fosfatados mantiveram estabilidade: o MAP recuou 0,3%, para US$ 757,50 por tonelada, e o KCl permaneceu a US$ 362,50 por tonelada. A oferta global de nitrogenados já enfrenta interrupções recorrentes devido a conflitos. Após a paralisação de fábricas de ureia no Egito e a redução de atividade no Irã por causa da guerra Israel-Irã, uma fábrica russa foi atingida por drone em julho. Em resposta, países com compras centralizadas, como a Índia, anteciparam aquisições para evitar desabastecimento.

Esses fatores explicam a alta dos preços da ureia e de outros nitrogenados, mesmo com a queda do gás natural nos mercados internacionais, principal insumo para a produção. A conjuntura geopolítica amplia a incerteza no mercado de fertilizantes, já pressionado por instabilidades no Oriente Médio e no Leste Europeu, e exige atenção redobrada de produtores e do governo brasileiro para garantir o abastecimento em condições competitivas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.