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06/Aug/2025

Insumos: governança e gestão garantem resultados

A Associação Nacional dos Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (Andav) rebateu críticas ao modelo de consolidação na distribuição de insumos e atribuiu as dificuldades enfrentadas por AgroGalaxy e Lavoro à falta de governança corporativa. O cenário é classificado como um "ajuste natural de mercado" e muitas empresas do setor registraram crescimento entre 30% e 40% no período. Nos últimos cinco anos, o setor enfrentou seguidos desafios que exigiram governança rigorosa, como Covid-19, guerra na Ucrânia e defasagem cambial. Muitos momentos exigiram governança e gestão. Aqueles que tiveram uma governança exemplar, que não expandiram seus negócios comprando terra ou frotas de carro ou contratando mão de obra com altos valores obtiveram resultados positivos. 77% dos distribuidores brasileiros têm mais de dez anos de atividade, demonstrando a solidez do segmento. Poucas empresas tiveram que fazer adequação.

A AgroGalaxy teve plano de recuperação judicial homologado em junho para reestruturar R$ 4,6 bilhões em dívidas, com carência de dois anos para pagamento. A Lavoro protocolou em junho recuperação extrajudicial para reorganizar R$ 2,5 bilhões com fornecedores, dividindo credores em cinco classes. Juntas, as duas redes fecharam quase 200 lojas nos últimos meses. Pequenos e médios distribuidores, principalmente aqueles que têm ainda a família no negócio, apresentaram resultados excelentes. É fundamental evidenciar esses casos para que os acionistas possam enxergar o agro realmente como ele é e não se pautar em um ou dois exemplos. A Andav representa quase 4 mil empresas associadas que atuam na distribuição de defensivos agrícolas, fertilizantes, sementes e produtos veterinários. A Andav afirmou ainda que a retomada do agronegócio já começou para empresas e produtores, mas fez um apelo direto para que questões políticas internas não prejudiquem o setor.

Foi destacada a capacidade de autofinanciamento do agronegócio e criticada as possíveis interferências governamentais, lembrando que o governo federal financia apenas 5% do agronegócio brasileiro. Sobre riscos geopolíticos, o agronegócio sempre conviveu com dependência externa, principalmente de China, Índia e Estados Unidos para insumos químicos, fertilizantes e nutrição de plantas. A questão geopolítica sempre pesou. No entanto, é importante separar riscos externos dos internos. O que preocupa é o geopolítico brasileiro. O Brasil já convive há cerca de dez anos com boicotes pontuais de países, mas isso não tem afetado o crescimento do setor. Para empresas com estrutura adequada, a recuperação já é realidade. Aquele que está com uma boa estrutura de governança, inclusive o agricultor, não só o distribuidor, a retomada já começou. A agricultura vai continuar crescendo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.