06/Aug/2025
A Koppert vai investir R$ 500 milhões na construção de sua quarta unidade no Brasil, prevista para estar concluída em 2026, em Piracicaba (SP). O aporte acontece ao mesmo tempo em que a empresa faz um movimento inédito no País: a entrada no mercado de produtos para tratamento de sementes, com o lançamento de um novo biológico ainda neste ano. A iniciativa reforça a estratégia de expansão da companhia holandesa no maior mercado global de bioinsumos, especificamente no de defensivos biológicos. O crescimento no País é consequência de décadas de atuação em pesquisa e inovação, com prioridade a formulações únicas, de maior valor agregado. Com essa estratégia, a empresa faturou R$ 800 milhões na safra 2024/2025, e a meta é ampliar a receita em 20% no atual ciclo 2025/2026. Dois novos produtos que estão sendo lançados neste ano devem contribuir para o resultado. Um deles marca a estreia da Koppert no segmento de sementes.
O produto usa o fungo Trichoderma, largamente comercializado, mas agora com uma formulação exclusiva que estabiliza o organismo, permitindo sua aplicação no tratamento industrial de sementes. Sem essa formulação, o fungo morre em uma semana. A tecnologia será lançada comercialmente ainda neste ano com foco em sementeiros, que agora poderão oferecer pacotes 100% biológicos de tratamento de sementes aos seus clientes. O outro produto foi desenvolvido para combater o bicudo-da-cana, que afeta 6 milhões dos 9 milhões de hectares cultivados no País. Na fábrica em construção, a terceira do grupo, a produção desse biodefensivo à base de um nematoide entomopatogênico será ampliada. A eficiência desse biológico é muito superior à dos químicos disponíveis, diz a empresa. O Brasil tornou-se o epicentro dos bioinsumos no mundo, o que fez a Koppert apostar todas as fichas na subsidiária brasileira nos últimos 14 anos. Hoje, o País abriga a principal unidade do grupo holandês em número de vendas e de produção de biodefensivos.
No País, além das unidades de Piracicaba que produzem defensivos biológicos à base de insetos e parasitas, a Koppert também está no município paulista de Charqueada, com uma fábrica de microbiológicos (produtos à base de bactérias, fungos e vírus para controle de pragas). Também é uma das controladoras do Spark Lab, laboratório com 47 pesquisadores, onde são desenvolvidos novos produtos biológicos. O local é o maior centro público-privado de P&D em biológicos para agricultura tropical do mundo. No Brasil desde 2012, a empresa começou a gerar receitas expressivas a partir de 2018. Hoje, tem mais de 30 produtos registrados e informa deter cerca de 20% do mercado nacional de biológicos. De 2015 a 2017, trabalhou na construção do portfólio e no treinamento de clientes e colaboradores. Os resultados começaram a aparecer em 2018 e, no ano seguinte, se tornou a operação mais relevante do grupo. Desde que chegou ao Brasil, a Koppert concentrou a atuação em três linhas de bioinsumos: insetos polinizadores, macroorganismos e microrganismos. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.