01/Aug/2025
A AGCO, fabricante norte-americana de máquinas agrícolas de marcas como Valtra e Massey Ferguson, teve lucro líquido de US$ 314,8 milhões, ou US$ 4,22 por ação, no segundo trimestre deste ano, informou a companhia nesta quinta-feira (31/07). O resultado reverte o prejuízo líquido registrado em igual período do ano passado, de US$ 367,1 milhões, ou prejuízo de US$ 4,92 por ação. Em termos ajustados, o lucro passou de US$ 2,53 para US$ 1,35 por ação. Analistas esperavam um valor de US$ 1,08, segundo a FactSet. As vendas líquidas da companhia recuaram 18,8% em igual comparação, para US$ 3,246 bilhões. Segundo o CEO da companhia, Eric Hansotia, “o desempenho da AGCO no segundo trimestre foi sólido, com uma execução disciplinada nas áreas sob nosso controle, apesar do ambiente global desafiador para o setor agrícola, marcado por fragilidade na economia rural e adiamentos nas decisões de compra em várias partes do mundo”.
Ele destacou, ainda, que o cenário global complexo afetou a confiança e os investimentos dos agricultores, o que levou à redução na demanda por equipamentos agrícolas na Europa e nos EUA. No Brasil, o clima instável e os preços mais baixos tornaram os produtores mais cautelosos, com muitos optando por manter os equipamentos existentes em vez de investir em máquinas de alta potência, destacou. Na América do Norte, as vendas recuaram 32,9% no segundo trimestre na comparação com um ano antes, para US$ 420,9 milhões. Considerando o primeiro semestre deste ano, a queda nas vendas de tratores foi de 13%, com destaque para as perdas nas categorias de alta potência. As vendas de colheitadeiras caíram 33% no mesmo período. “A contínua incerteza em torno da demanda por exportações de grãos e os custos elevados de insumos devem continuar pressionando a demanda por equipamentos no setor ao longo de 2025, sobretudo os de maior porte”, disse a AGCO em relatório.
As vendas na América do Sul diminuíram 4% no segundo trimestre, ante igual período de 2024, para US$ 303,4 milhões. Segundo a AGCO, a redução nos estoques das concessionárias foi o principal fator para a queda, junto às menores vendas de tratores médios, plantadeiras e pulverizadores. No Brasil, durante o primeiro semestre, as vendas no varejo de tratores cresceram 6%, ante os primeiros seis meses de 2024, com impulso da demanda por tratores menores. “Apesar das colheitas recordes de soja e de possíveis benefícios comerciais, a demanda por máquinas maiores ainda não apresentou melhora significativa. Caso as condições comerciais continuem favorecendo a economia rural, a demanda poderá se recuperar mais adiante”, avaliou a empresa. Na Europa/Oriente Médio, as vendas somaram US$ 1,775 bilhão, baixa de 5,1% ante o segundo trimestre do ano passado.
De acordo com o relatório, vendas mais fracas na maior parte da Europa Ocidental foram parcialmente compensadas por altas na Europa Oriental e Escandinávia. As maiores quedas ocorreram nas vendas de tratores de alta potência e colheitadeiras. Já na região Ásia-Pacífico e África, houve queda de 5,4%, com vendas somando US$ 135,8 milhões. A queda foi atribuída à menor demanda final e à redução nos volumes de produção. Para todo o ano de 2025, a companhia disse que espera vendas de cerca de US$ 9,8 bilhões. “Espera-se que os menores volumes de produção sejam parcialmente compensados pelo controle de custos e pela estabilidade nas despesas com engenharia”, disse a AGCO. Já o lucro por ação no ano deve ficar entre US$ 4,75 e US$ 5,00. As projeções consideram os efeitos das tarifas norte-americanas e as estratégias de mitigação da empresa. Fonte: Broadcast Agro.