31/Jul/2025
Um dos segmentos que ficaram livres do tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil foi o de fertilizantes. Segundo a Ordem Executiva publicada nesta quarta-feira (30/07) pelo governo norte-americano, "adubos em comprimidos ou formas semelhantes ou em embalagens de peso bruto não superior a 10 quilos"; "adubos minerais ou químicos contendo os três elementos fertilizantes nitrogênio, fósforo e potássio" e "adubos minerais ou químicos contendo os dois elementos fertilizantes fósforo e potássio" estarão isentos da taxação de 50%, em caso de exportação do Brasil para os Estados Unidos. Entretanto, o Brasil é um grande importador, e não exportador, dos chamados macronutrientes fertilizantes (nitrogênio, fósforo e potássio).
Aproximadamente 85% dos fertilizantes utilizados no País são importados. Essa dependência se dá principalmente porque o Brasil não possui reservas suficientes de algumas das matérias-primas necessárias para a produção de fertilizantes, como potássio e fósforo, em quantidade e qualidade que atendam à grande demanda da agricultura. A importação de fertilizantes pelo Brasil em 2024 alcançou, em 2024, US$ 13,5 bilhões, com a aquisição de 44,3 milhões de toneladas. Em 2025, até junho, US$ 6,4 bilhões já haviam sido desembolsados com a compra de 19,4 milhões de toneladas de fertilizantes no mercado global. Os principais países fornecedores do insumo ao Brasil são Rússia, Canadá, China, Marrocos, Egito e Argélia. Os Estados Unidos não fornecem fertilizantes ao Brasil em volume significativo e nem aparecem no ranking dos principais.
Quanto às exportações, o Brasil não é um grande player global no segmento. Em 2024, havia exportado apenas 506,6 mil toneladas, com faturamento de US$ 276,9 milhões. E, de janeiro a junho de 2025, 257,3 mil toneladas e US$ 129 milhões. Os Estados Unidos, que agora aplicaram o tarifaço contra o Brasil para vários outros produtos, adquiriram, no ano passado, apenas 1,5% do que o Brasil exportou do insumo, desembolsando US$ 4,1 milhões. De janeiro a junho de 2025, os Estados Unidos compraram do Brasil 2,1% do total exportado, desembolsando US$ 2,7 milhões de toneladas. Neste mesmo período, o Paraguai figurou como o principal cliente do Brasil na compra de fertilizantes, adquirindo 62,6% do total, ou US$ 80,8 milhões. Em 2024, foram 66,7%, com US$ 184,7 milhões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.