31/Jul/2025
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o faturamento da indústria de máquinas e equipamentos deve perder cerca de 2% com a tarifa de 50% sobre as importações do Brasil. Sem a tarifa, a previsão era que o faturamento do setor encerre o ano em curso com crescimento de 7%. Com a tarifação, em 5%. O setor veio num cenário de fraqueza na ponta, mas ainda assim fechou o ano passado com um desempenho bastante favorável, com um crescimento de 14,8%. Esse desempenho superou as expectativas. Então, no início do ano, era esperado um crescimento de 3,7%. Já no primeiro semestre encerrou com 14,8%. Então, sem considerar, por enquanto, os impactos das medidas tarifárias do governo Trump, o crescimento deve ficar acima do que previa.
Os modelos apontam um crescimento da ordem de 7,9% no final do ano. Considerando os efeitos da medida do governo Trump, o faturamento deve fechar com um aumento de 5%. Ressalta-se que 3,5% do que o setor exporta é direcionado para os Estados Unidos. Do que o setor produz, 6% são direcionados para o mercado norte-americano e o que os norte-americanos importam representa 7% de todo o faturamento do setor. Então, esse ano, considerando que a medida entre em vigor, traz então o impacto negativo da ordem de 2%. Sobre as exportações, a Abimaq prevê que a tarifa de 50% vai levar a uma queda de 15%. O segmento de máquinas agrícolas vai esperar os impactos do tarifaço contra importações brasileiras, para ver se altera ou não a projeção para o setor. O segmento de máquinas e implementos agrícolas vinha trabalhando com uma projeção de crescimento do faturamento em 2025 na ordem de 8% sobre o ano passado.
O Plano Safra está em vigor e funcionando com os recursos para o segmento, tendo ficado dentro do esperado. Somando o volume de recursos que tem disponível (Moderfrota, Pronaf, Underfrota e outros) dá quase R$ 30 bilhões, que representa 60% da venda anual do segmento. Ou seja, é um número bastante razoável, considerando que a taxa de juro dessas linhas é menor que a Selic. Nenhum setor tem um volume de recursos disponível com uma taxa dessa. A taxa é boa. É alta, mas tem o recurso. Então, o setor caminhava para um ano, razoavelmente, melhor, bem melhor do que o passado. Com o tarifaço do Trump, as coisas ficaram nebulosas. O Moderfrota é o programa de financiamento do governo brasileiro destinado à modernização da frota de máquinas agrícolas no País, com foco em tratores, colheitadeiras e implementos associados. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.