30/Jul/2025
A exportação de defensivos agrícolas de origem biológica para os Estados Unidos poderá ser afetada pela sobretaxa de 50% anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump ao Brasil. Maior produtora de biodefensivos do País, a holandesa Koppert teme dificuldades comerciais e de mercado com o tarifaço. A empresa tem a intenção de exportar para o segundo maior mercado de soja do mundo, que são os Estados Unidos, mas esse cenário põe em risco os planos de médio prazo. Para desenvolver seus produtos, a empresa importa parte de suas matérias-primas dos Estados Unidos, processo que também pode ser comprometido com novas barreiras comerciais.
A Koppert possui uma unidade de produção nos Estados Unidos e está em processo de registro de produtos no país, além de possuir equipes de desenvolvimento de mercado em solo norte-americano. O receio da companhia é que o processo de registro de produtos trave e os esforços tenham que ser redirecionados. As expectativas para esse mercado estavam ótimas até Donald Trump começar com atividades políticas. A empresa também receia que as tarifas afetem o mercado agrícola como um todo, prejudicando indiretamente suas vendas. O setor como um todo é afetado indiretamente.
Se houver uma crise setorial, como no caso do citrus, os preços do suco de laranja caem, o mercado retrai e a empresa perde em número de vendas, inclusive de produtos como os usados no combate ao greening. A companhia teme ainda que a guerra comercial de Trump imponha dificuldades ao mercado de rações e proteína animal, já que milho e soja são a base da alimentação na criação de aves e bovinos. Isso afeta os preços e, por consequência, repercute indiretamente sobre o mercado de biológicos, pois os custos dos insumos passam a custar mais também.
Outro mercado importante para a Koopert que também deve ser afetado pelo tarifaço é o de café. Além dos Estados Unidos serem um dos principais destinos do café brasileiro, o Brasil é o maior mercado de empresas de café, como Nespresso e Starbucks. A Starbucks, por exemplo, processa quase toda sua matéria-prima nos Estados Unidos, e qualquer restrição nesse segmento pode atrapalhar os custos, os preços e impacta no ciclo de inovação de formulações biológicas para o café também. A companhia está em fase de registro de um sistema sentinela contra a broca do café, praga de grande impacto na produção. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.