18/Jul/2025
A startup brasileira de biológicos Ideelab inaugurou nesta quinta-feira (17/07) sua primeira unidade de produção de bioinsumos, em Cambé, norte do Paraná. A fábrica teve investimentos de R$ 30 milhões e o plano dos fundadores é aplicar a mesma quantia até 2027 para ampliar a produção. A unidade vai fabricar insumos feitos de moléculas, a chamada segunda onda dos biológicos. O futuro aporte de R$ 30 milhões deve ser destinado à compra de novos biorreatores, onde se formulam os produtos biológicos à base de metabólitos, peptídeos e RNA, encontrados na biodiversidade do Brasil. Na primeira onda dos biológicos, os insumos são produzidos a partir de células de bactérias, fungos e vírus. O investimento nos equipamentos permitirá à empresa usar a capacidade total de produção na unidade do Paraná, que é de 6 milhões de litros de bioinsumos por ano. No momento, a fábrica usa 1 milhão de litros de sua capacidade.
O ganho de escala do negócio acompanhará o protagonismo internacional do Brasil no segmento de biológicos. É o Brasil quem dita as regras com seus micro-organismos, e isso chama a atenção de muitas empresas. Nesse cenário, os planos de internacionalização da Ideelab avançam. As eventuais sobretaxas dos Estados Unidos não devem ser uma trava para os negócios, em especial nesse segmento em que o Brasil pode liderar desde o desenvolvimento até a entrega do produto final. A Ideelab foi criada em 2020 entre estudantes de pós-doutorado e professores na Esalq-USP, em Piracicaba (SP). Nesses cinco anos, passou de uma startup que ajuda a criar inovações a fabricante. Os clientes da empresa são multinacionais que atuam no Brasil, entre elas a israelense ICL, a norte-americana Ginkgo e a Syngenta. Com a fábrica, a Ideelab poderá ampliar as vendas de bioprodutos para atender à demanda dessas empresas, de forma customizada.
A hipercustomização significa oferecer um catálogo de produtos para que os clientes possam decidir quantos entre um portfólio de biológicos podemos oferecer. As empresas querem, inclusive, que tenham compatibilidade entre si. Será possível fazer da proposição científica ao produto. A estratégia possibilita entregar uma cartela de produtos customizados, definindo termos comerciais que envolvem exclusividade da patente, se o cliente quer cuidar do registro e da comercialização de forma independente, ou se quer optar por parceria com a Ideelab. Até 2024, o faturamento da empresa, que não é revelado, provinha apenas das vendas de inovações (processos de desenvolvimento de tecnologia com micro-organismos do Brasil). Mas, a partir deste ano, a empresa passará a receber royalties oriundos das tecnologias transferidas para clientes diversos, e da produção fabril. Por isso, a expectativa é de crescimento exponencial até 2029. Os bioinsumos fabricados em Cambé devem ser utilizados em 8 milhões a 12 milhões de hectares de cultivos até 2027. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.