ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

16/Jul/2025

Fertilizantes: preços internacionais estão em alta

Segundo o Itaú BBA, a combinação entre a alta dos preços internacionais dos fertilizantes e a desvalorização do Real tem pressionado os custos de produção e deteriorado a relação de troca para o produtor brasileiro. No acumulado de 2025, o preço do fosfatado MAP (monoamônio fosfato) subiu US$ 130,00 por tonelada, alcançando US$ 765,00 por tonelada nos portos brasileiros. A ureia, que chegou a ultrapassar US$ 500,00 por tonelada durante o agravamento do conflito entre Israel e Irã, está em cerca de US$ 490,00 por tonelada. O mercado de fosfatados segue fortemente sustentado, refletindo uma combinação de fatores como preços elevados das matérias-primas, demanda firme e restrições de oferta. Aumentos nos preços do ácido fosfórico, matéria-prima para a produção do fertilizante, seguem sinalizando tendência de valorização ao longo da cadeia.

Sobre a ureia, no último mês, o mercado vivenciou grande volatilidade, iniciando com a alta dos preços diante do conflito entre Israel e Irã e da interrupção do fornecimento de gás natural israelense para o Egito, o que elevou a cotação da ureia em mais de US$ 100,00 por tonelada. Apesar do recuo parcial após o fim das hostilidades, o insumo ainda se mantém em patamar elevado. O potássico apresenta quadro estável. O cloreto de potássio está cotado em cerca de US$ 360,00 por tonelada nos portos do Brasil. Ainda assim, ao redor do globo, os preços sinalizam aumento, diante de acordos firmados entre China e Índia que estabeleceram novos pisos de preço para o produto. Brasil e Índia permanecem como os maiores importadores do nutriente. A valorização do dólar é apontada como um fator adicional de pressão.

A recente desvalorização do Real pode pesar nos custos de produção, uma vez que torna defensivos e fertilizantes mais caros para os produtores. No caso dos fertilizantes, que já estão em patamares altos, o impacto poderia vir em uma relação de troca com os grãos ainda pior. O produtor precisa hoje de aproximadamente 35 sacas de 60 Kg de soja para adquirir 1 tonelada de ureia e de cerca de 30 sacas de 60 Kg de soja para o MAP, níveis próximos ou acima da média dos últimos cinco anos. No caso do cloreto de potássio, a troca exige 17 sacas de 60 Kg de soja por tonelada. Para o milho, a relação de troca está ainda mais desfavorável. São necessárias cerca de 50 sacas de 60 Kg para adquirir 1 tonelada de MAP e 40 sacas de 60 Kg para a ureia, reflexo das cotações internas mais baixas e dos estoques globais elevados.

O potássico demanda em torno de 30 sacas de 60 K por tonelada. No algodão, mesmo com preços firmes em dólar, o produtor precisa de cerca de 30 arrobas de pluma para comprar uma tonelada de MAP. No café, a troca exige cerca de 3 sacas de 60 Kg por tonelada, enquanto o açúcar demanda 2 toneladas de VHP (açúcar bruto para exportação) para cada tonelada de fertilizante fosfatado. Apesar da pressão sobre as margens, não se espera alívio nos preços no curto prazo. A demanda firme no Brasil e na Índia, somada às restrições de oferta, deve manter os patamares elevados nos próximos meses, período crucial para as compras da safra 2025/2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.