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04/Jul/2025

Fertilizantes: preço seguirá elevado no 3º trimestre

Segundo a StoneX, os preços dos fertilizantes continuam firmes no mercado brasileiro mesmo com o fim da alta temporada de compras no Hemisfério Norte. As cotações de fosfatados e potássicos mantêm viés altista, sustentadas por oferta global limitada, demanda aquecida e instabilidades geopolíticas. Desde o início de 2025, os preços dos fosfatados e potássicos seguem em uma tendência de alta. A situação mais crítica está nos segmentos de MAP e DAP, cujas exportações pela China foram interrompidas, provocando escassez internacional e acirrando a disputa por cargas disponíveis. A resistência dos compradores aos reajustes não teve efeito prático e a dinâmica de oferta e demanda permaneceu desequilibrada, e os custos continuaram subindo. A relação de troca com os grãos está nos piores níveis dos últimos anos, próxima aos registrados no início da guerra entre Rússia e Ucrânia.

No setor nitrogenado, a suspensão das exportações chinesas de ureia e o aumento das tarifas de importação nos Estados Unidos, determinadas por Donald Trump, também elevaram os preços. Com uma baixa disponibilidade de mercadorias, compradores dos Estados Unidos e da Índia, por exemplo, aceitaram preços mais altos para o reabastecimento de seus estoques. A instabilidade política norte-americana adicionou um forte componente de risco às compras. Em potássicos, o mercado foi o último a apresentar alta, mas a valorização do cloreto de potássio (KCl) nos últimos meses também tem pressionado as condições comerciais para o produtor rural. Apesar da valorização registrada do KCl nos últimos meses, este mercado ainda conserva termos comerciais mais favoráveis, comparado aos nitrogenados e fosfatados. Com base nos preços atuais, a StoneX prevê desafios relevantes ao agricultor brasileiro no ciclo 2025/2026.

No Brasil, a escalada dos preços dos fertilizantes pode pressionar os resultados dos agricultores, com os custos de adubação para soja, milho e algodão superando os níveis de 2024. A conjuntura é ainda mais delicada porque tradicionalmente os meses que antecedem o plantio da soja são marcados por maior demanda e planejamento de compra. O fortalecimento da demanda internacional deve se dar em um contexto menos favorável, marcado por insumos mais caros e desafios adicionais de planejamento financeiro. Fatores sazonais e estruturais devem manter as cotações sustentadas no segundo semestre. Se no 1º semestre, a China e os Estados Unidos são os destaques no mercado, impulsionando as cotações para cima, no 2º semestre são o Brasil e a Índia que exercem pressões altistas, à medida em que as aquisições crescem nesses mercados. A expectativa é de que os compradores brasileiros encontrem menos espaço para barganha, com os fertilizantes mantendo preços predominantemente firmes.

Há incerteza sobre o comportamento chinês, que pode retomar parcialmente as exportações, mas sem garantia de duração das permissões. A normalização da oferta da Índia também é vista como fator a monitorar. A questão geopolítica e as tarifas dos Estados Unidos adicionam risco ao cenário. A aproximação do plantio e o avanço da demanda brasileira contribuíram para manter as cotações firmes, reduzindo a probabilidade de que o comprador encontre oportunidades de última hora. Os produtores brasileiros devem se preparar para uma safra marcada por três obstáculos principais: preços elevados, acesso ao crédito mais restrito e margens agrícolas comprimidas. Para os agricultores do Brasil, a tendência para a safra 2025/2026 se desenha com três desafios principais: custos elevados, acesso ao crédito mais restrito e preços agrícolas ainda sob pressão. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.