04/Jul/2025
Segundo relatório do BTG Pactual, os cortes de geração (curtailment, no jargão setorial) de energia segmento solar alcançaram 22,5% no segundo trimestre de 2025, acima dos 16,5% anotados no primeiro trimestre e dos 12,5% registrados em 2024. Os cortes na fonte eólica ficaram 11,9% entre abril e junho, abaixo dos 13,1% do trimestre anterior, mas bem acima dos 7,3% observados em 2024. Segundo o levantamento, o curtailment por motivos energéticos, ocasionado por um descompasso entre oferta e demanda, aumentou nos últimos três meses e se tornou o principal motivo dos cortes, respondendo por 64% dos cortes eólicos e 72% dos solares, ante 20% e 28% no 1º trimestre.
Os cortes por razões elétricas, relacionadas sobretudo aos limites no escoamento de energia no País, ficaram em 11% na fonte eólica e 8% na fonte solar no 2º trimestre. Nos três primeiros meses do ano, a interrupção da linha de transmissão Xingu-Terminal Rio (já normalizada) provocou um volume significativo dos cortes, correspondente a 57% na fonte eólica e 46% na solar. As reduções relacionadas à confiabilidade aumentaram para 25% para o vento e diminuíram para 21% para o solar, antes os 23% e 26% anotados no primeiro trimestre, respectivamente.
Os dados do primeiro e segundo trimestres apoiam a tese de que os cortes por razões elétricas e de confiabilidade podem estar mascarando os cortes por razões energéticas, que ocorreriam mesmo sem restrições de transmissão. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) publicou recentemente um estudo projetando que os cortes de geração vão superar os 10%, em média, para usinas eólicas e 20% para a fonte solar entre os anos de 2026 e 2029. A questão pode ser exacerbada se o Congresso aprovar legislação que exija novas adições de geração ao sistema. Os geradores têm pressionado por compensação, mas uma solução permanece incerta e complexa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.