02/Jul/2025
Linha considerada estratégica para a agricultura empresarial, o Moderfrota empresarial (principal linha para a aquisição de máquinas agrícolas) terá R$ 9,5 bilhões em recursos programados na safra 2025/2026, com taxa de juros de 13,5% ao ano. O volume é estável ante o ano-safra anterior quando foram ofertados R$ 9,5 bilhões, mas com aumento de 2% nos juros. Para o Moderfrota Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural), os recursos somam R$ 3,08 bilhões, com juros de 12,5% ao ano, ante R$ 2,8 bilhões com juros de 10,5% ao ano ofertados na temporada anterior. O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) terá R$ 4,5 bilhões em recursos no Plano Safra 2025/2026, com juros de 10% ao ano. O valor é estável em relação ao ofertado na linha no Plano Safra 2024/2025, de R$ 4,5 bilhões com juros de 8,5% ao ano. O PCA para silos de até 12 mil toneladas (6 mil toneladas na temporada passada) terá R$ 3,7 bilhões, ante R$ 3,30 bilhões ofertados na safra passada.
Os juros serão de 8,5% ao ano em comparação com 7% ao ano da temporada passada. O RenovAgro (Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis) terá R$ 5,8 bilhões em recursos, com juros de 10% ao ano. Na edição anterior, foram R$ 5,45 bilhões para a linha com juros de 8,5% ao ano. O Renovagro para conversão de pastagens terá R$ 2,1 bilhões com juros de 8,5% ao ano, montante um pouco superior ao do plano anterior, que havia reservado R$ 2 bilhões para a ação com juros de 7% ao ano. O Renovagro ambiental terá R$ 250 milhões em recursos com juros de 8,5% ao ano, contra R$ 230 milhões com juros de 7% ao ano direcionados para a modalidade no ciclo anterior. No caso do Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária), o Plano Safra 2025/26 reservou R$ 1,9 bilhão com juros de 13,5% ao ano. O valor é nominalmente superior ao R$ 1,80 bilhão reservado na última edição com juros de 11,5% ao ano.
Uma mudança feita pelo Ministério da Agricultura na safra atual foi a fusão do Inovagro com o Moderagro. O Inovagro terá R$ 6,80 bilhões com juros de 12,5% ao ano. Neste caso, o valor também ao superior ao reservado no Plano Safra anterior, que era de R$ 6,5 bilhões para as duas linhas com juros de 10,5% ao ano. O Proirriga (Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido) passou de R$ 2,60 bilhões com juros de 10,5% ao ano na safra passada para R$ 2,75 bilhões com juros de 12,5% ao ano no Plano Safra 2025/2026. O Procap Agro Giro terá R$ 1,05 bilhão com juros de 13,5% ao ano, ante R$ 1 bilhão com juros de 11,5% ao ano na safra anterior. Ainda nas linhas de investimento, o Pronamp investimento terá R$ 6,4 bilhões com juros de 10% ao ano, totalizando R$ 9 bilhões somando aos R$ 2,6 bilhões provenientes de recursos obrigatórios. O investimento empresarial terá R$ 1,7 bilhão com juros de 12,5% ano, valor estável ante a safra passada.
Os limites de financiamento das linhas de investimento da agricultura empresarial foram mantidos inalterados no Plano Safra. A exceção é o Inovagro, no qual o limite de financiamento passou de R$ 2 milhões por ano por beneficiário para R$ 4 milhões. No PCA, o limite de financiamento por cooperativa para armazenamento de grãos foi mantido em R$ 200 milhões. Para produtores individuais, o limite de financiamento ficou em R$ 50 milhões por ano para grãos e R$ 25 milhões por ano para outros produtos. Ao todo, as linhas de investimento somarão R$ 101,5 bilhões no Plano Safra 2025/2026, 5,41% menos que os R$ 107,3 bilhões da temporada passada. O Plano Safra 2025/2026 oferecerá na temporada que começa nesta terça-feira (1º/07) um total de R$ 516,2 bilhões em financiamentos para médios e grandes produtores, 1,5% a mais do que a oferta de crédito na temporada 2024/2025, de R$ 508,6 bilhões.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o aumento da taxa básica de juros dificultou a estruturação de um Plano Safra mais atrativo para médios e grandes produtores. O Plano Safra 2025/2026 não teve grandes surpresas. É preciso lembrar que a Selic nessa mesma época do ano passado estava em 10,5% e agora está em 15%. Ou seja, o custo do dinheiro aumentou muito. O governo federal buscou mitigar os impactos da alta da Selic, mas teve limitações. O juro no Plano Safra subiu 2% de uma forma geral, sendo que a Selic subiu 4,5% em um ano. Certamente, com o custo do dinheiro maior, a subvenção fica mais cara e há uma dificuldade grande do governo em fazer um plano melhor. O governo priorizou recursos mais acessíveis para a agricultura familiar, com taxas atrativas tanto para custeio quanto para investimento. Ele tentou deixar um custo mais barato para o pequeno agricultor que faz produtos que vão na mesa, como hortaliças. Para investimento, são duas taxas de juros: 5% para o agricultor um pouco maior e 2,5% para o pequeno. São bastante atrativas.
Já para os produtores de maior porte, as taxas ficaram acima de dois dígitos. Para o grande agricultor, ficou em 14% ao ano. Para o médio, 10%. No caso de investimento, o Moderfrota também não é barato: o juro é de 13,5%. Para o Inovagro, 12,5%. Apesar das restrições, o governo atuou dentro das possibilidades. O governo fez o que era possível. Mais uma vez, o problema é estrutural da economia brasileira. Essa taxa de juros de 15% é muito ruim para fazer investimentos. No mercado privado, o custo do capital é ainda maior. A Abimaq acredita que o cenário poderá reduzir a rentabilidade dos produtores. O custo do capital vai ficar um pouco mais caro em relação à safra passada. Isso deve diminuir um pouco a rentabilidade, mas não diria que temos uma catástrofe. Sim, há condições mais apertadas de lucratividade, mas isso também depende do preço das commodities e outros fatores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.