02/Jul/2025
A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) avaliou como positiva a ampliação, no Plano Safra 2025/2026, do limite por beneficiário na linha PCA Grãos. Porém, a elevação dos juros e a baixa execução dos financiamentos seguem como entraves centrais à política de armazenagem. O Plano Safra traz risco de frustração semelhante ao do ciclo anterior, quando recursos foram previstos, mas não chegaram aos produtores. No aspecto específico do PCA Grãos, o aumento do limite de 6 mil toneladas para 12 mil toneladas permite que mais produtores médios tenham acesso à linha. Mas, o juro subiu de 7% para 8,5% ao ano, o que é um retrocesso.
E ainda há a questão da subvenção: não se sabe quanto será efetivamente liberado. O valor anunciado de R$ 13 bilhões para equalização, menor do que os R$ 16 bilhões do ano passado, preocupa. Os projetos de armazenagem têm longa maturação (da elaboração à execução) e são mais vulneráveis a paralisações por contingenciamento. Esses investimentos dependem de análise técnica, licenciamentos e fornecedores. Se o recurso trava no meio, o agricultor fica no prejuízo. Isso já aconteceu e pode voltar a acontecer. No ciclo 2024/2025, o problema não foi a falta de demanda, mas a inviabilidade da operação. As indústrias estavam com pedidos em espera, mas bancos não liberavam os financiamentos. O PCA não funcionou para muitos produtores, mesmo com previsão de recurso.
Com a renda agrícola comprimida pelos preços baixos e custos elevados, o produtor tende a adiar decisões de investimento. A indústria brasileira exporta equipamentos de armazenagem para mais de 40 países, mas o mercado interno segue travado. A armazenagem, que deveria ser política plurianual, ainda é tratada de forma improvisada. A Abimaq também defendeu que políticas públicas voltadas à armazenagem sejam plurianuais, com previsibilidade. Trata-se de segurança alimentar. Quando o agricultor não tem onde armazenar, ele joga o preço para baixo por excesso de oferta. A indústria carrega o estoque com juros altos, e o produto final fica mais caro. É ruim para todos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.