26/Jun/2025
Segundo o Rabobank, o aumento dos preços dos fertilizantes, especialmente do fósforo, deve elevar os custos de produção na próxima safra. A condição econômica dos produtores brasileiros segue instável, com margens apertadas, altos níveis de alavancagem e maior dificuldade de acesso ao crédito. A tendência de alta nos preços dos fertilizantes está relacionada à combinação de oferta global restrita e demanda aquecida. O principal fator de escassez é a ausência da China no mercado internacional. A Índia, por sua vez, mantém apetite elevado por nutrientes e continua emitindo licitações para compras de grandes volumes, principalmente de ureia e fósforo.
Essa atuação sustenta a liquidez, mas também contribui para a pressão nos preços. No Brasil, entre janeiro e maio de 2025 foram importadas cerca de 15,2 milhões de toneladas de fertilizantes, o maior volume já registrado para o período. O destaque é o fósforo: as importações de MAP (fosfato monoamônico) caíram 14% frente à média dos últimos cinco anos, enquanto produtos alternativos como SSP (super simples) e TSP (super triplo) subiram 112% e 84%, respectivamente. O volume total de P2O5 (óxido de fósforo) importado até maio já supera tanto o total de 2024 quanto a média dos últimos cinco anos.
Em relação às entregas ao consumidor final, os dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) indicam 9,4 milhões de toneladas até março, com destaque para a demanda do milho 2ª safra de 2025. A estimativa do Rabobank é de que as entregas em 2025 ultrapassem 46 milhões de toneladas. Os conflitos no Oriente Médio podem trazer volatilidade aos preços da ureia no curto prazo. No entanto, apenas uma escalada mais duradoura do conflito teria potencial de gerar impactos significativos sobre os preços no Brasil. O Plano Safra será determinante para a quantidade de crédito disponível aos produtores e o acesso ao financiamento será essencial, principalmente para pequenos e médios produtores em cenário de margens mais apertadas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.