26/Jun/2025
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), a indústria química teve um primeiro trimestre desafiador, com queda em todas as variáveis monitoradas, e déficit comercial de US$ 49,82 bilhões. De janeiro a março, a produção de químicos caiu 3,8%, as vendas internas recuaram 2,6% e o Consumo Aparente Nacional (CAN), que engloba a produção somada às importações e subtraídas as exportações da amostra RAC, retraiu 5,3%. Esses números deixam clara a persistente perda de competitividade do setor no cenário global, especialmente diante da concorrência desleal de insumos importados, sobretudo dos Estados Unidos e da Ásia, além dos custos de energia, gás natural e tributação. No trimestre, a utilização da capacidade instalada atingiu um patamar médio de 62%, diminuição de 3% frente aos 65% registrados um ano antes. Este é o menor nível médio de operação de toda a série histórica da entidade desde 1990.
Com isso, o nível médio de ociosidade da indústria química atingiu 38%, o pior da série. Alguns setores, no entanto, tiveram níveis de ociosidade acima da média, como fertilizantes, com 43%, intermediários plásticos com 45%, intermediários para fibras sintéticas com 51% e intermediários para plastificantes com 53%. Considerando o período de 12 meses até março, a produção aumentou 3,4%, as vendas internas cresceram 6,7%, os preços 12,9% e o CAN teve elevação de 3,2%. As importações da amostra também registraram elevação de 5,9% nesse período, suprindo as necessidades da demanda interna. Como resultado, o coeficiente de penetração de importações, que mede a participação das importações no consumo aparente, atingiu 49% de todos os produtos químicos de uso industrial consumidos no Brasil, na média dos últimos doze meses até março de 2025.
As importações de resinas termoplásticas aumentaram 23,7%, de outros produtos inorgânicos cresceram 31,2%, outros produtos químicos orgânicos aumentaram 27,4%, intermediários para fibras sintéticas observou evolução de 28,6%, solventes industriais tiveram alta de 14,7% e produtos petroquímicos básicos registraram crescimento de 8,6%. Os preços médios nominais deflacionados pelo IPA-Indústria de Transformação (FGV), aumentaram 3,1%, enquanto os preços médios nominais medidos pelo IGP Abiquim-Fipe, sem o deflacionamento, acumulou inflação de 2,9%. Contudo, ao considerar o dólar, os preços médios Reais estão 11,0% maiores em relação a dezembro de 2024, e em relação ao euro, os preços locais exibem um aumento de 6,8%, reflexo da desvalorização do dólar e do euro frente ao Real. No cenário de 12 meses até março, os preços nominais IGP Abiquim-Fipe, deflacionados pelo IPA-Indústria de Transformação (FGV), registraram um aumento de 5,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No entanto, ao serem deflacionados pelo dólar, os preços Reais caem 1,8%, e pelo euro, a queda é de 1,7%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.