06/Jun/2025

O Porto de Santos (SP) pode atingir 300 milhões de toneladas movimentadas em 2035, um salto de 67% em relação aos 179,8 milhões de toneladas registradas em 2024. Se considerar o crescimento dos últimos cinco anos e projetar isso para os próximos dez anos, em 2035 o Porto de Santos vai passar da casa de 300 milhões de toneladas. A estimativa se baseia no crescimento médio de 5% ao ano registrado pelo porto na última década, impulsionado principalmente pelo agronegócio brasileiro. O Porto de Santos já movimenta o equivalente a 29% de toda a corrente comercial líquida do País e concentra a maior parte das exportações de commodities agrícolas. É o agro que impulsiona o Porto de Santos.

O porto processa atualmente 96% do algodão nacional exportado, 76% do café brasileiro, 72% do açúcar produzido no País, 90% da laranja destinada ao exterior, 38% do milho, 31% da soja e 67% da carne bovina. Na Europa, a cada dez copos de suco de laranja que se tomam, nove são brasileiros e oito são movimentados em Santos. O Porto de Santos está saudável, com R$ 3,7 bilhões aplicados em caixa e superávit. O Porto de Santos é uma empresa pública federal que está trabalhando com superávit anual de quase R$ 900 milhões.

A autoridade portuária já definiu uma série de investimentos para os próximos anos, incluindo R$ 1,1 bilhão na perimetral da margem esquerda no Guarujá, R$ 300 milhões para dragagem de aprofundamento do canal de 15 para 16 metros, e a participação no túnel Santos-Guarujá, orçado em R$ 3 bilhões. A infraestrutura atual do porto já opera no limite, com 58 terminais, 16 quilômetros de cais de atracação, 62 berços e uma comunidade portuária que emprega 50 mil trabalhadores. Em 2024, foram registradas 5.473 atracações e desatracações.

Se toda a carga de Santos fosse movimentada exclusivamente por caminhões, seria o equivalente a 16.420 caminhões todos os dias, os 365 dias do ano. Um terço da movimentação é feita por trem. A meta de 300 milhões de toneladas exigirá investimentos substanciais em acessos rodoviários e ferroviários. O Porto de Santos não vai conseguir continuar tendo essa celeridade que vem tendo nos últimos anos para atender à demanda do agronegócio se não tiver mais vias de acesso.

Entre as obras necessárias estão a terceira pista da Rodovia dos Imigrantes, com investimento de R$ 8 milhões pelo governo de São Paulo, e a modernização de 100 quilômetros de ferrovias dentro da área portuária, orçada em R$ 800 milhões. A projeção de crescimento também considera a incorporação do Porto de Itajaí, em Santa Catarina, cuja gestão passou para Santos em janeiro de 2025. Nos primeiros quatro meses do ano, o complexo já movimentou mais de 60 milhões de toneladas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.