05/Jun/2025
O Instituto Aço Brasil recebeu com grande preocupação a elevação da tarifa de importação de aço para 50%, oficializada no dia 3 de junho, pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para a entidade, a importância da atuação do governo brasileiro, por intermédio dos Ministérios das Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), visando o restabelecimento do acordo bilateral estabelecido em 2018, que permitia a exportação de aço brasileiro aos Estados Unidos dentro de cotas, sem a aplicação de tarifas adicionais. A medida agrava o já delicado cenário global do setor, caracterizado pelo excesso de capacidade na ordem de 620 milhões de toneladas.
A medida intensifica práticas protecionistas e compromete a estabilidade do comércio internacional de aço. Em 2024, os Estados Unidos importaram 5,6 milhões de toneladas de placas de aço, sendo 3,4 milhões de toneladas provenientes do Brasil. Os dados evidenciam que a demanda por esse insumo não será suprida internamente de forma imediata, tornando a imposição de tarifas adicionais prejudicial, tanto para exportadores brasileiros quanto para setores industriais norte-americanos. O Instituto acrescenta que está à disposição da indústria brasileira do aço em contribuir para a construção de um ambiente de comércio internacional pautado por regras claras, previsibilidade e respeito mútuo.
A Associação Brasileira do Alumínio (ABAL) manifestou preocupação com os efeitos da medida anunciada pelo governo dos Estados Unidos, que eleva de 25% para 50% a tarifa de importação sobre produtos de alumínio. A entidade alerta para os riscos de uma nova escalada tarifária por parte dos Estados Unidos e defende uma resposta estratégica e calibrada. A decisão amplia o cenário de incertezas e reforça a importância de instrumentos de defesa comercial e de uma visão de longo prazo para reposicionar o Brasil nas cadeias globais. Mais do que uma decisão isolada, o anúncio sinaliza uma "nova realidade global", na qual a volatilidade se torna constante e impõe riscos adicionais às cadeias produtivas.
O momento exige mais do que reações pontuais. É necessário um duplo movimento: de um lado, cautela e precisão na adoção de medidas emergenciais de mitigação, como o reforço dos instrumentos de defesa comercial e ajustes tarifários para conter práticas desleais e desvios de comércio; de outro, uma visão estratégica capaz de reposicionar o Brasil na nova geografia da cadeia global do alumínio, valorizando suas vantagens competitivas estruturais. O cenário é que medidas protecionistas coexistem com agendas industriais mais coordenadas.
Em 2024, os Estados Unidos absorveram 16,8% das exportações brasileiras de alumínio, com destaque para chapas e folhas. Estima-se que até 90% do alumínio primário produzido nos Estados Unidos tenha, em seu ‘DNA’, insumos brasileiros, uma complementaridade produtiva que deveria ser considerada em qualquer análise de impacto ou negociação bilateral. A entidade ressalta ainda que mantém diálogo com o governo brasileiro e autoridades internacionais para buscar condições justas de competição e o devido reconhecimento do papel estratégico do alumínio nacional na economia de baixo carbono.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira (04/06), que o aumento de 25% para 50% da tarifa dos Estados Unidos sobre o aço é ruim “para o mundo inteiro”. Segundo Alckmin, o caminho para resolver o impasse é incentivar ainda mais o diálogo. Segundo o presidente em exercício, a medida é ruim para todo o mundo, porque vai encarecer os produtos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.