22/May/2025
Segundo cálculos da consultoria Thymos Energia, a conta de energia elétrica deve ter uma alta média de 2,64% no Brasil este ano. A conta representa uma média nacional e considera os reajustes que devem ser observados em cada distribuidora, a depender de contexto local e necessidades operacionais. Na separação por região, os consumidores que mais devem perceber aumento são os da Região Sul, com reajuste médio de 7,16%, seguidos pela Região Norte, com 4,73%, e pela Região Centro-Oeste, com 2,91%. Na Região Nordeste, o aumento médio deve ser de 1,42%, e na Região Sudeste, que tradicionalmente tem as tarifas mais altas, de 1,10%. No caso da Região Norte, o principal fator de pressão é o aumento do custo de distribuição nas concessões, incluindo despesas com operação e manutenção das redes, além da remuneração dos ativos e outros custos regulatórios.
Na Região Sul, pesa o repasse de recursos do Programa Nacional de Apoio aos Atingidos pelas Mudanças Climáticas (Pronamc), em decorrência das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul no primeiro semestre. De modo geral, o reajuste pode ser considerado moderado. É um percentual que, embora represente aumento, está dentro de uma faixa razoável, especialmente ao lembrar de anos em que os reajustes superaram dois dígitos, chegando em média até 15% em algumas regiões. Os percentuais definidos neste ano sofrem a influência de ajustes pontuais que, por regra, acabam sendo revertidos no ano seguinte, por isso, não se descarta uma pressão futura nas tarifas. Sobre a média nacional, tiveram peso relevante fatores como a quitação dos empréstimos setoriais (Conta Covid e Conta Escassez Hídrica) por meio de recebíveis da Eletrobras, e o repasse de créditos tributários relacionados a decisões judiciais sobre PIS e Cofins.
As contas da consultoria não incorporam eventuais efeitos da Medida Provisória do governo federal para o setor elétrico. Entre as iniciativas propostas, segundo apresentação feita pelo Ministério de Minas e Energia (MME) em abril, está a ampliação da tarifa social, a abertura do mercado de energia para todos os consumidores (hoje apenas parte dos clientes podem escolher seus fornecedores), e a redução dos subsídios pagos por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo setorial que financia uma série de políticas do setor. Nas contas do MME, a reforma resultaria em aumento tarifário médio de 1,4% para consumidores regulados, que são os atendidos pelas distribuidoras responsáveis por sua respectiva área de concessão. O MME pondera, por outro lado, esperar que a alta seja neutralizada, paulatinamente, com os ajustes feitos na CDE. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.