ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

28/Nov/2025

Laranja: maior safra em 2025/2026 pressiona preço

Segundo o Itaú BBA, a safra 2025/2026 de laranja, reestimada em 307 milhões de caixas de 40,8 Kg, deve trazer uma dinâmica distinta da observada no ciclo anterior. Apesar do avanço na colheita, há menor interesse da indústria por frutas de baixa qualidade, o que tem levado processadoras a priorizarem laranjas com ratio mais elevado. O objetivo é recompor a qualidade do suco e ajustar estoques após o período em que boa parte das plantas trabalhava para recuperar perdas do último ano. Esse comportamento industrial resultou em colheita mais tardia e maior peso do gomo de fruta destinada ao processamento. No campo, a produção adicional ocorre enquanto produtores ainda enfrentam dificuldades para recuperar margens. No mercado externo, os primeiros meses da safra sugerem uma possível mudança estrutural no destino das exportações brasileiras.

Caso a tendência se confirme, 2025/2026 pode marcar o primeiro ano em que os Estados Unidos ultrapassam a União Europeia como principal mercado do suco nacional. Entre julho e outubro, os embarques totais para o continente europeu recuaram 7%, reflexo de menor demanda. Em sentido oposto, as importações norte-americanas subiram 42% no período, impulsionadas por menor produção local, movimento que deve se fortalecer após a retirada da tarifa adicional de 10%, tornando o mercado dos Estados Unidos ainda mais atrativo. Os preços do suco de laranja concentrado e congelado na Bolsa de Nova York continuam em queda, pressionando as cotações pagas pela indústria no Brasil. O preço da laranja deve permanecer abaixo de R$ 50,00 por caixa de 40,8 Kg ao longo da safra, comprimindo margens e reduzindo a rentabilidade nos pomares, mesmo com maior adesão a contratos fixos com a indústria.

No campo, o avanço do greening continua sendo um dos principais desafios da citricultura. Em regiões afetadas, os produtores têm relatado frutos menores e produtividade abaixo do esperado, o que pode resultar em nova redução da estimativa de safra nas reavaliações seguintes. Ainda assim, o impacto do greening é considerado limitado no curto prazo, permanecendo como risco estrutural a ser administrado por meio de ganhos de eficiência e qualidade. O Itaú BBA estima queda nas margens agrícolas: no estado de São Paulo, a margem da laranja cairá de R$ 26.487,00 por hectare em 2024/2025 para R$ 15.864,00 por hectare em 2025/2026, à medida que a relação de troca e o preço do suco deterioram. A rentabilidade estimada passa de 55% em 2024/2025 para 42% em 2025/2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.