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29/Sep/2025

Cacau: preços recuam com previsão de maior oferta

A crise mundial do cacau tem mostrado sinais de uma reviravolta, já que as melhores colheitas na América do Sul e a diminuição da demanda colocam os suprimentos no caminho certo para um superávit. A previsão é de que a produção supere o consumo em cerca de 186.000 toneladas na temporada 2025/2026, que começa no próximo mês. Isso seria mais do que o dobro do tamanho do excedente na temporada atual. A melhora ajudará a reabastecer os estoques globais que se esgotaram após as consecutivas colheitas ruins na África Ocidental, uma das principais regiões de cultivo. Isso fez com que os contratos futuros na Bolsa de Nova York subissem mais de quatro vezes nos últimos três anos, e atingissem um recorde em dezembro, o que elevou os custos do chocolate para os consumidores. Embora ainda sejam historicamente altos, os preços caíram cerca de 40% este ano, já que os consumidores compram menos chocolate e os chocolatiers reformulam as receitas.

Além disso, há perspectiva de melhores colheitas, o que poderia limitar novos aumentos. O Rabobank prevê que os preços devem apresentar uma tendência de queda no curto e médio prazo. Os agricultores de Gana e da Costa do Marfim (os dois maiores produtores mundiais) recebem um preço fixo na fazenda, estabelecido pelo governo, o que limitou o benefício imediato da alta do cacau. Os mercados em outros países são liberalizados, e a alta incentivou os agricultores a expandirem as plantações, com árvores que agora começam a produzir grãos. Espera-se que a produção no Equador, o terceiro maior produtor, aumente em cerca de 5%, para 580.000 toneladas na próxima temporada, devido a melhores rendimentos e novas plantações, segundo a Latam Commodity Traders.

Segundo a StoneX, combinado com aumentos em países como Peru, Colômbia e Venezuela, pode elevar a produção da América do Sul até 100.000 toneladas, a menos que haja problemas climáticos. As amêndoas caras também estão pressionando a demanda de cacau, já que os fabricantes de chocolates aumentam os preços de seus produtos, aumentando o excedente potencial. Analistas e comerciantes esperam que o consumo continue a desacelerar à medida que os consumidores reduzem seus gastos e alguns fabricantes de chocolates compram menos ou usam alternativas ao cacau para reduzir os custos. O processamento de amêndoas caiu na Europa, Ásia e América do Norte no segundo trimestre, e os próximos números trimestrais podem mostrar novas quedas.

Ainda assim, a produção nos pesos pesados da África Ocidental está lutando para se recuperar aos níveis de pico devido ao clima desfavorável, ao envelhecimento das árvores e à disseminação de doenças nas plantações, como o inchaço dos brotos. Isso continua sendo um risco importante para a oferta. A produção na Costa do Marfim está projetada em cerca de 1,8 milhão de toneladas, o que seria quase estável em relação à temporada atual. Os traders estão monitorando as condições climáticas, já que o retorno das chuvas ajuda a aumentar a umidade do solo depois de um dos períodos de seca mais severos já registrados em julho e agosto. Apesar de as chuvas terem melhorado na última semana e as próximas previsões indicarem mais precipitações, o clima geral não tem sido ideal para a produção de 2025/2026. O clima nos últimos dois meses provavelmente levou a algumas reduções nas previsões de produção. Fonte: Bloomberg. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.