17/Sep/2025
O greening atingiu 47,63% das laranjeiras do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro (MG) em 2025. O levantamento do Fundecitrus mostra que quase 100 milhões de árvores, de um total de 209 milhões, estão contaminadas. O índice representa alta de 7,4% frente a 2024, quando a incidência foi de 44,35%. Apesar disso, o ritmo de crescimento desacelerou pelo segundo ano seguido. Entre 2022 e 2023, a incidência subiu 55,9%. Entre 2023 e 2024, o aumento foi de 16,5%. Agora, o avanço ficou restrito a 7,4%. O Fundecitrus atribui o resultado a medidas de manejo mais rigorosas. Os produtores passaram a escolher áreas com menor risco para novos plantios. Eles retomaram a prática de eliminar árvores doentes até cinco anos e replantar imediatamente. Além disso, o psilídeo, inseto transmissor da bactéria, teve queda populacional significativa em 2024. A boa remuneração pela caixa de laranja em 2023 e 2024 influenciou o manejo.
Muitos produtores resistiram em eliminar plantas doentes já em produção. Assim, a maior incidência continua em pomares acima de 10 anos, com 58,43% das árvores contaminadas. Nos pomares de 6 a 10 anos, a incidência é de 57,79%. Em pomares de 3 a 5 anos, o índice é de 39,18%. Em plantas jovens de 0 a 2 anos, a taxa cai para 2,72%. O greening recuou 54,1% no grupo de 0 a 2 anos. Em pomares de 3 a 5 anos, a redução foi de 17,1%. Os citricultores se tornaram mais conscientes no manejo. É importante preservar plantas jovens para garantir qualidade e viabilidade do negócio. Nas regiões de baixa incidência, os produtores entenderam que não compensa manter árvores novas doentes. A severidade média subiu pelo quarto ano seguido. Ela passou de 18,7% em 2024 para 22,7% em 2025. Esse avanço eleva a queda prematura de frutos e o impacto na produção. A perda de laranjas atribuída ao greening subiu para 9,1% na safra 2024/2025.
Atualmente, metade das frutas que caem antes da colheita tem ligação com a doença. Cinco regiões têm mais de 60% das árvores contaminadas: Limeira, Porto Ferreira, Avaré, Duartina e Brotas. Bebedouro e Altinópolis seguem na faixa de 40% a 50%. São José do Rio Preto, Itapetininga e Matão estão entre 20% e 35%. Votuporanga e Triângulo Mineiro mantêm os menores índices, inferiores a 5%. Em São José do Rio Preto e Itapetininga, o avanço quase dobrou em um ano. As regiões de maior incidência também registram os níveis mais elevados de severidade. O Fundecitrus orienta que o manejo seja ajustado conforme a realidade regional. Em áreas de alta incidência, produtores devem intensificar o controle do psilídeo. Em regiões de baixa incidência, é essencial eliminar imediatamente plantas contaminadas. Ayres reforça que o greening segue como maior obstáculo da citricultura. Não existe meio termo no controle da doença. Apenas o manejo completo e rigoroso freia o avanço. Fonte: Agro em Campo. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.