28/Aug/2025
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), com o setor global de cacau em crise nos últimos anos, em meio à escassez da amêndoa na África Ocidental, o Brasil busca se restabelecer como um dos principais produtores, a fim de atender à crescente demanda. Com 5% da safra global, sendo o sexto principal produtor, o País pode chegar a 13% da produção mundial até o fim da década, com potencial de gerar US$ 2,3 bilhões em receitas e 300 mil empregos. Atualmente, o mundo vive a mais severa redução na produção de cacau em 50 anos. A África Ocidental, responsável por 65% da oferta global, está no centro da crise, com perda de produtividade devido a pragas, envelhecimento das árvores e condições climáticas extremas.
A Costa do Marfim lidera a oferta mundial, com 40,4% (2 milhões de toneladas), seguida por Gana (10,9%), Equador (9,6%), Camarões (6,8%), Nigéria (6,8%), Brasil (5%) e Indonésia (4,1%). Em 2025, Costa do Marfim e Gana relataram quedas na oferta de 25,3% e 18,9%, respectivamente, ampliando o déficit mundial para mais de 460 mil toneladas. O Brasil foi protagonista no mercado mundial até os anos 1980, com 25% da oferta global e média anual de 400 mil toneladas. O cenário mudou nos anos 1990, com queda de preços internacionais e impacto da doença vassoura-de-bruxa na Bahia. Hoje, a safra brasileira ocorre principalmente entre outubro e abril, com destaque para a Bahia, com 59% da produção, e Pará, com 36%. Em 2024, foram produzidas 179.431 toneladas de cacau no País, queda de 18,5% ante o ano anterior.
As importações de cacau e derivados subiram nos últimos anos, somaram 41.189 toneladas no ano passado. As exportações de derivados somaram 28.764 toneladas no primeiro semestre de 2025, 21% a mais ante igual período de 2024. Na mesma base de comparação, os embarques de chocolate do País aumentaram 1,3%, para 20.620 toneladas, enquanto as vendas do grão de cacau caíram 20%, com 78 toneladas. O Brasil tem cerca de 620 mil hectares dedicados ao cultivo de cacau e aposta em investimentos que incluem irrigação localizada, clones de alta produtividade e ampliação para novos biomas, como o Cerrado e a Caatinga. Ainda assim, há preocupações com riscos climáticos, como secas e enchentes, além de novas doenças, como a monilíase, que pode comprometer frutos inteiros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.