04/Aug/2025
Segundo avaliação do Commerzbank, as novas tarifas de importação dos Estados Unidos sobre café e cacau podem desencadear efeitos colaterais para o próprio mercado norte-americano. Sem a isenção sobre importações dos produtos, as empresas do país que dependem da oferta externa enfrentariam desvantagens competitivas. Além disso, com a taxação mais alta nos Estados Unidos, que é um grande consumidor das commodities, a oferta disponível fora do país aumentaria e pressionaria os preços. O governo norte-americano ainda pode abrir espaço para isenções. O secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, sinalizou que acordos bilaterais podem prever tarifa zero para matérias-primas naturais que não são produzidas no país.
Mas, por ora, não há decisão formal sobre quais países ou produtos seriam beneficiados. No caso do cacau, uma das consequências imediatas pode ser a migração de fábricas de chocolate e outros derivados para países como Canadá e México, onde os custos de importação seriam menores. Isso seria o oposto do que o presidente Donald Trump pretende alcançar com sua política tarifária. Por enquanto, os Estados Unidos firmaram um acordo com a Indonésia que estabelece uma tarifa geral de 19%. No entanto, esse acordo já inclui uma cláusula que permite tarifas mais baixas para determinados recursos naturais que não existem nos Estados Unidos.
Para os dois principais produtores de cacau, Costa do Marfim e Gana, devem ser aplicadas tarifas de 15% cada. Para o café, os Estados Unidos ainda não firmaram um acordo com o Brasil, maior fornecedor global da bebida. A imposição de tarifas de até 50% sobre o produto brasileiro deve entrar em vigor em 6 de agosto. Com o Vietnã, segundo maior produtor, já existe um acordo comercial, que prevê uma tarifa geral de 20% sobre as importações para os Estados Unidos, que também se aplicaria ao café. A Indonésia, que também é um grande produtor de café, tem a tarifa geral de 19%, mas com a possibilidade de redução para produtos que os Estados Unidos não produzem. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.