23/Jul/2025
De acordo com o 7º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta terça-feira (22/07), a boa oferta de cenoura, batata, cebola e alface nos principais mercados atacadistas provocou queda dos preços na média ponderada registrada em junho em comparação com o mês anterior. Banana, laranja, mamão e melancia também registraram cotações mais baixas na comercialização no atacado. A pesquisa considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) e as cinco frutas (laranja, banana, mamão, maçã e melancia) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Depois de um movimento de alta desde o início do ano, os preços da cebola em junho apresentaram reversão. As cotações caíram em quase todas as Centrais de Abastecimento (Ceasas), sendo a maior queda percentual, de 26,37%, registrada em Pernambuco. Apenas em Santa Catarina as cotações apresentaram aumento. Este comportamento de decréscimo é esperado para o período, quando tradicionalmente é registrada a pulverização da oferta da cebola no País, com aumento da quantidade do produto ofertado nos mercados a partir da produção das safras de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia. Essa ampliação de Estados fornecedores também reduz custo logístico, outro fator que diminui a pressão nas cotações.
Panorama semelhante é verificado para a batata. A intensificação da safra de inverno provocou esse quadro, com destaques para a produção da microrregião de Araxá (MG), São João da Boa Vista (SP) e Cristalina (GO). Dentre as Ceasas analisadas, 9 demonstraram declínio nos preços, com a maior redução registrada no Rio de Janeiro. No caso da cenoura, a diminuição nas cotações ocorreu mesmo com uma menor oferta da raiz em junho, quando comparada com os níveis verificados em maio. Ainda assim, a quantidade do alimento disponível para comercialização nas Ceasas registrou bons níveis, capaz de possibilitar a queda de preço. A Conab também observou uma baixa na média ponderada de preços para a alface, explicada pela diminuição da demanda, normal nessa época do ano, motivada por temperaturas inferiores.
Para o tomate, não houve movimento uniforme de preço, com alta de 36,2% em Fortaleza (CE) e queda de 17,56% em Rio Branco (AC). Com a maturação mais lenta do tomate, por causa das baixas temperaturas ou até geadas nas principais regiões produtoras, a oferta em junho retraiu. Em contrapartida, o clima frio também causou impacto na demanda. Em junho, o movimento preponderante de preços da banana, laranja, mamão e melancia foi de queda. A maçã apresentou leve alta nos preços na média. As cotações da banana caíram na maioria das Ceasas analisadas, assim como o volume comercializado. O mercado de banana nanica teve um maior volume comercializado na maior parte do mês, implicando menores valores. As cotações começaram a subir somente no fim de junho.
O mercado de banana prata, por causa da menor oferta, registrou preços maiores do que a nanica durante toda a parcial. Para a laranja, foi registrada uma nova queda nos preços em quase todas as Ceasas, com o aumento da comercialização das frutas precoces, da variedade pera e das frutas tardias. Além disso, a demanda pela laranja foi retraída por causa do clima frio e pela concorrência com a mexerica poncã. As baixas temperaturas nos principais centros consumidores, aliada a uma boa oferta, também influenciaram na redução das cotações para a melancia. No caso do mamão, houve diminuição da disponibilidade do alimento tanto da variedade papaia como da formosa. Ainda assim, a média ponderada das cotações teve uma leve variação negativa de 1,7% em virtude da menor demanda pela fruta.
Apenas a maçã apresentou alta nos preços médios. A presença do tempo mais frio, o início das férias escolares e a concorrência da maçã com frutas da época implicou em baixa demanda. Mesmo assim, vários mercados reagiram com elevação de preços, por causa do controle de oferta executado pelas classificadoras e do aumento das importações. De janeiro a junho deste ano, o volume total de frutas enviado ao exterior foi de 559,84 mil toneladas, alta de 28% em relação ao mesmo período de 2024, e o faturamento foi de U$S 646,2 milhões (FOB), superior 16% em relação ao registrado no primeiro semestre do ano passado. Os principais Estados exportadores foram o Rio Grande do Norte, Ceará, São Paulo e Pernambuco, e os principais compradores foram Bélgica, Países Baixos, Estados Unidos, Reino Unido e China. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.