14/Jul/2025
A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (AIPC) lançou um alerta sobre o recente anúncio dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros de cacau. Essa decisão pode prejudicar significativamente a competitividade das exportações brasileiras. Entre 2020 e 2024, as exportações de derivados de cacau para os Estados Unidos representaram, em média, 18% do total brasileiro, atingindo US$ 72,7 milhões em 2024.
Este fluxo comercial demonstrou um crescimento ainda mais expressivo no primeiro semestre de 2025, com exportações já totalizando US$ 64,8 milhões. A nova tarifa chega em "um momento delicado" para o setor, que ainda se recupera de uma série de quebras de safras e enfrenta altos preços internacionais e restrições na oferta interna de amêndoas. Muitas regiões produtoras dependem da exportação de derivados como uma válvula de escape econômica, essencial para a manutenção de empregos e operações.
Os riscos não são apenas comerciais. A tarifa imposta pelos Estados Unidos pode desestabilizar o regime de Drawback, que isenta tributos sobre insumos importados destinados à exportação. O descumprimento de contratos devido à inviabilidade econômica poderá resultar em multas e exigência de tributos, além de provocar insegurança jurídica para os exportadores. A imposição dessa tarifa representa um risco não apenas econômico, mas também jurídico e logístico.
É fundamental preservar os canais de exportação que garantem o funcionamento da indústria. Neste cenário, a AIPC defende uma resposta coordenada entre os governos brasileiro e norte-americano, com medidas diplomáticas e comerciais para mitigar os impactos e garantir a estabilidade das exportações. A associação reitera seu compromisso com o desenvolvimento sustentável do setor, trabalhando junto a diversos atores para proteger a competitividade da cadeia produtiva do cacau no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.