26/May/2025
De acordo com o 5º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a boa oferta de cenoura, nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas), influenciou a queda dos preços do produto no atacado em abril. A média ponderada das cotações da raiz no mês passado teve uma diminuição de 22,88%, já que a oferta dos principais produtores tem sido suficiente para não deixar os preços dispararem, como em 2024. A pesquisa considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) e as cinco frutas (laranja, banana, mamão, maçã e melancia) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA). Alface e tomate também ficaram mais baratos no mês passado. No caso da folhosa, o comportamento das cotações foi influenciado pela demanda.
A redução nos preços, no entanto, não foi uniforme, sendo registrada na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Ceasa de Campinas e em Santa Catarina. Para o tomate, a média ponderada dos preços caiu 5,82%, em relação à média de março, diante do aumento na oferta de 5,3%. Para a cebola e batata, houve alta nas cotações. A média ponderada de preço da batata subiu 36,67% ante março. Apesar da alta recente, é importante destacar que os preços continuam em baixos níveis, inferiores aos dois anos anteriores. Essa elevação pode ser explicada pelo início da mudança do eixo fornecedor do alimento a partir da diminuição dos envios da safra das águas paranaenses e aumento do fornecimento do alimento produzido nos Estados das Regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. A cebola apresentou movimento de alta dos preços em abril. Mesmo com as constantes altas registradas no início deste ano, movimento esperado para o período, as cotações estão abaixo de 2024.
Esses valores mais baixos em comparação com 2024 podem ser atribuídos à recuperação da safra de Santa Catarina. No caso das frutas, o movimento preponderante de preços da banana, laranja, mamão e melancia foi de queda. As cotações da banana caíram de forma leve na maioria das Ceasas analisadas, assim como o volume comercializado. Os preços da variedade prata estiveram elevados e foram contidos não só pela demanda, como também pelo menor tempo para a comercialização diante dos feriados em abril e pela concorrência com a banana nanica, mais barata. No caso da laranja, a diminuição nos valores de comercialização foi influenciada pela menor qualidade de diversos lotes do cítrico e da demanda enfraquecida, influenciada pelo frio em diversos centros consumidores. Para o mamão, a média ponderada dos preços chegou a cair 10,53%. Assim como a laranja, o clima mais frio teve reflexo em uma menor demanda pela fruta. A boa oferta da variedade formosa também influenciou na redução dos preços.
Cenário semelhante foi verificado para a melancia. As baixas temperaturas refletem em uma menor demanda pelo alimento. Com a menor procura, a média ponderada de preços teve redução de 15,39%. Dentre as frutas analisadas, a única que apresentou aumento no preço, foi a maçã. A média ponderada do produto subiu 3,86%. Essa elevação é influenciada, principalmente, pela comercialização da variedade gala, que esteve controlada com o fim da colheita, o que tornou possível às classificadoras negociarem maiores preços. A variedade fuji atingiu o pico da colheita no fim do mês. No primeiro quadrimestre de 2025, o volume total enviado ao exterior foi de 407 mil toneladas de frutas, de acordo com Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado representa uma alta de 24% em relação ao primeiro quadrimestre de 2024. Essas exportações proporcionaram um faturamento de U$S 445 milhões (FOB), superior a 11% em relação ao primeiro quadrimestre de 2024 e de 29% em relação ao mesmo período de 2023. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.