17/Apr/2025
A Credicitrus encerrou 2024 com R$ 15,8 bilhões em ativos, o que representa um crescimento de 8,64% em relação ao ano anterior. As captações somaram R$ 11,3 bilhões - alta de 12,85% sobre 2023, enquanto o patrimônio líquido ultrapassou R$ 3 bilhões, com avanço de 16,85%. As operações de crédito e Cédulas de Produto Rural (CPRs) totalizaram R$ 8,3 bilhões, crescimento de 19,21% no período. As sobras líquidas do exercício chegaram a R$ 460 milhões. A cooperativa considerou o desempenho positivo, especialmente diante de um cenário desafiador, marcado por eventos climáticos extremos e instabilidade econômica. O crescimento foi significativo, principalmente diante do impacto da seca e das queimadas que atingiram lavouras de diversos cooperados.
Os dados confirmam a solidez da instituição, com avanços consistentes em captações, patrimônio e concessões de crédito, mesmo diante das dificuldades do ano. O resultado foi excelente, muito comemorado, principalmente considerando as dificuldades de 2024, tanto no cenário político quanto no econômico do País. Dois eventos climáticos que causaram impacto direto na base de cooperados: a seca foi bastante severa e se agravou com as queimadas, especialmente em agosto e setembro, que atingiram muitas lavouras na nossa área de atuação. Em estados como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a safra de soja também foi muito ruim, o que afetou vários cooperados. Outro ponto de atenção foi o aumento da inadimplência.
A inadimplência acima de 90 dias passou de 1,88% em dezembro de 2023 para 2,10% ao fim de 2024. Pode parecer pouco, mas esse movimento já acende um alerta. Também foi mencionado o impacto da política monetária sobre a saúde financeira dos cooperados. Com a Selic elevada, o custo financeiro sobe muito, e essas empresas começam a enfrentar dificuldades. A saúde financeira delas piora e, consequentemente, numa análise de crédito, fica mais difícil apostar ou investir. Além dos resultados financeiros, a Credicitrus conquistou, em 2024, a nota AA+ (bra) da agência de classificação de risco Fitch Ratings. A Credicitrus, a principal cooperativa de crédito do Brasil, projeta que 2025 será um ano de ajustes internos e conservadorismo diante de um cenário econômico adverso.
A cooperativa teve um resultado positivo de R$ 45 milhões em janeiro, com projeção de fechar o ano com R$ 570 milhões, com um crescimento de crédito em proporção menor. Este é o ano de ‘segurar a onda’, esperando um cenário turbulento, mas sem deixar de atender o associado. A cooperativa projeta um crescimento de 10% a 11% na carteira de crédito, adotando uma abordagem mais cautelosa diante dos juros elevados e das incertezas econômicas. Esse é um ano de ajustes e, em 2026, a previsão é retomar o crescimento de 30% a 35% ao ano. Embora tenha revisto algumas projeções, a Credicitrus mantém a expectativa de crescimento do patrimônio líquido entre R$ 350 milhões e R$ 400 milhões em 2025. Em relação à inadimplência, há um esforço para reduzir o índice de 2,10% registrado ao fim de 2024.
O foco do primeiro semestre é trabalhar essa ‘gordura’ e voltar para índices abaixo de 1,90%. A estratégia da cooperativa neste ano inclui acompanhar de perto a evolução da inadimplência e manter o foco interno, evitando uma expansão acelerada no número de cooperados ou em novas regiões. No campo, a cooperativa enxerga 2025 como um ano desafiador para o agronegócio, com desempenho desigual entre as principais culturas. A cana-de-açúcar, por exemplo, tem enfrentado dificuldades por conta das queimadas e danos climáticos, embora os preços estejam ajudando a compensar parte das perdas. O café continua valorizado, o que deve garantir boa rentabilidade aos produtores, mesmo com oscilações na produtividade. Os cafeicultores devem ter um bom retorno financeiro, mesmo com a produção oscilante.
Na citricultura, a laranja começou 2025 em queda de preços, após encerrar o ano anterior em alta. Chegou a R$ 100,00 por caixa de 40,8 Kg e agora caiu para entre R$ 50,00 e R$ 60,00 por caixa de 40,8Kg. Ainda é um bom valor, mas há o desafio do greening. Alguns produtores estão migrando para outras regiões para escapar das áreas mais afetadas. O limão mantém um comportamento mais volátil, com oscilações frequentes ao longo dos meses. A soja lida com preços menos atrativos, mas a produtividade surpreendeu positivamente. Então, apesar do preço pressionado, o volume pode garantir margem. Para o milho, a expectativa é de um ano mais estável, sem grandes oscilações. Na pecuária, o otimismo voltou após dois anos difíceis. O mercado está mais seletivo, mas os produtores consolidados estão aproveitando. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.