11/Apr/2025
Segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), a safra de laranja 2024/2025 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro fechou em 230,87 milhões de caixas de 40,8 Kg, o que corresponde a uma queda de 0,65% em comparação com a previsão inicial (de maio de 2024) de 232,38 milhões de caixas de 40,8 Kg e 24,85% inferior à safra anterior, que totalizou 307,22 milhões de caixas de 40,8 Kg. A safra de 2024/2025 foi confirmada como a segunda menor dos últimos 37 anos e foi considerada atípica por causa das condições climáticas adversas e da emissão extremamente tardia e expressiva da quarta florada. As condições climáticas adversas, como clima mais seco e temperaturas mais elevadas, além da incidência do greening (doença bacteriana), foram os principais fatores pela baixa produção dessa temporada, reduzindo a quantidade e o peso dos frutos. Em contrapartida, uma emissão tardia e expressiva da quarta florada atenuou uma quebra que poderia ter sido maior.
Essas condições, somadas à intensidade de greening no cinturão citrícola, foram determinantes para a redução da produção em relação à expectativa inicial. Embora as previsões meteorológicas apontassem para pouca chuva na época de desenvolvimento dos frutos, o impacto das condições climáticas de maio a agosto de 2024 foi muito mais intenso do que o previsto. O volume de chuvas ficou 31% abaixo do previsto, enquanto as temperaturas máximas registraram médias de 3ºC a 4ºC acima da média histórica. A combinação desses fatores resultou na antecipação da colheita e na produção de frutos menores do que o estimado. A seca prejudicou o desenvolvimento dos frutos e as altas temperaturas aceleraram sua maturação, levando à antecipação da colheita para bem antes do início das chuvas. Como consequência, uma grande parte da safra foi colhida em um cenário de seca, resultando em menor peso dos frutos. Com esse cenário, considerando todas as variedades e floradas, o peso médio das laranjas foi de 159 gramas, sendo que os frutos de primeira, segunda e terceira floradas atingiram 162 gramas, e os frutos da quarta florada 146 gramas.
O ritmo mais acelerado de colheita contribuiu para diminuir a taxa de queda de frutos e as perdas na produção. A taxa média de queda no cinturão citrícola foi de 17,8% no acumulado geral desde o início da safra, sendo a menor taxa registrada nos últimos cinco anos. As perdas estimadas com a queda foram de 50 milhões de caixas ao longo da safra. Os principais motivos foram o greening, responsável por 9,05% e 25 milhões de caixas de 40,8 Kg perdidas, o bicho-furão e as moscas-das-frutas responsáveis por 4,11% e 12 milhões de caixas de 40,8 Kg, além de outros motivos, como queda natural e mecânica, pinta preta, leprose e cancro cítrico. A estimativa da safra de laranja 2025/2026 e o inventário de árvores serão divulgados no dia 9 de maio de 2025. A Pesquisa de Estimativa de Safra (PES) é realizada pelo Fundecitrus em parceria com o Departamento de Ciências Exatas da Unesp (FCAV), FCAV/Unesp Campus Jaboticabal. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.