08/Apr/2025
Segundo a CitrusBR, entidade que representa a indústria exportadora do setor, a tarifa recíproca de 10% para produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos, em vigor desde sábado (05/04), deve provocar um impacto significativo para a cadeia brasileira de suco de laranja. Os Estados Unidos respondem por cerca de 37% das exportações brasileiras do produto. Com base no desempenho atual da safra 2024/2025 e projetando-se uma exportação anualizada de aproximadamente 235,5 mil toneladas ao mercado norte-americano, o impacto da nova tarifa pode atingir cerca de US$ 100 milhões por ano, ou R$ 585 milhões, considerando o câmbio de R$ 5,85 por dólar. Esse valor se soma aos tributos já incidentes, como a tarifa de US$ 415 por tonelada de FCOJ (suco de laranja concentrado congelado) equivalente a 66 Brix. Apenas em 2024, esse tributo representou cerca de US$ 85,9 milhões em pagamentos.
Assim, somando-se as tarifas atuais e a nova medida, o total de impostos pode atingir cerca de US$ 200 milhões anuais, ou aproximadamente R$ 1,1 bilhão. As empresas brasileiras continuam, de forma individual e com base em suas estratégias comerciais, abastecendo o mercado dos Estados Unidos com suco de laranja de alta qualidade. O setor lamenta, no entanto, que a medida tenha sido adotada sem considerar o histórico de complementaridade entre a produção brasileira e a indústria da Flórida, além da relação de longo prazo com empresas engarrafadoras que atuam nos Estados Unidos. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), entre julho de 2024 e fevereiro de 2025, o Brasil embarcou 207.205 toneladas de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ 66 Brix), totalizando US$ 879,8 milhões em faturamento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.