07/Apr/2025
Segundo a Citrus BR, o setor de suco de laranja busca ampliar mercados para o produto enquanto avalia os impactos da tarifa de 10% imposta, na quarta-feira (02/04), pelo governo dos Estados Unidos às exportações do Brasil. A entidade, que representa a indústria exportadora de suco de laranja, afirmou que, junto do Ministério da Agricultura, anseia melhorar as condições para vender o produto a outros países, especialmente Coreia do Sul e Índia. A Coreia do Sul já tem acordo de livre comércio com a União Europeia para o suco de laranja. Entretanto, para países de fora do bloco, admite a entrada de 6 mil toneladas com imposto de 10%. Acima desta cota, o imposto de importação sobe para 54%. O Brasil é praticamente o único país que tem condições de fornecer suco de laranja para Coreia do Sul dentro desta cota, embora o mercado seja franqueado a outros interessados.
O Brasil já exportou para Coreia do Sul, mas está tentando elevar a cota para pelo menos 12 mil toneladas. Em relação à Índia, outro mercado já aberto, mas inviável sob as condições atuais. A ideia é negociar a redução da tarifa atual de importação, de 30% para 5% para o suco de laranja. É importante essa redução porque, além do imposto de importação, a tributação interna da Índia também é altíssima, o que inviabiliza a venda de suco de laranja para esse mercado. Se a tarifa for reduzida, ou se criar uma cota com tarifa reduzida, a exportação ficaria viável para. As conversas com a Coreia do Sul e com a Índia estão fluindo bem. Porém, os Estados Unidos, mesmo com as tarifas adicionais agora aplicadas por Donald Trump, são um mercado "praticamente impossível" de substituir, mesmo que os exportadores reduzam seus ganhos vendendo para lá.
É claro que o setor brasileiro não vai parar de vender para os Estados Unidos, que é o segundo maior mercado, atrás apenas da União Europeia. O mercado norte-americano representou, em 2024, 37,6% em volume exportado de suco de laranja pelo Brasil, com 207.205 toneladas, e 35,7% em faturamento, com US$ 879,8 milhões. O Brasil seguirá vendendo para os Estados Unidos, a questão é que esse fornecimento vai ficar mais 'dolorido', em função do aumento dos impostos de importação. Isso não vai acontecer somente com o suco de laranja. As margens serão mais apertadas para todas as cadeias produtivas exportadoras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.