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28/Mar/2025

Fumo: uso de dispositivos eletrônicos causa danos

De acordo com pesquisa inédita feita pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), 77,6% dos usuários de dispositivos eletrônicos para fumar (DEF), mais conhecidos como ‘vapes’, afirmam que o uso desses produtos não os ajudou a parar de fumar cigarros tradicionais. O estudo mostra ainda que a maior parte dos usuários é de adolescentes, em todos os cenários de uso analisados: no último mês, no último ano e na vida. Esse dado confronta um discurso de que ele seria um fator de redução de danos, e seria usado para reduzir o consumo e, eventualmente, para auxiliar as pessoas a pararem de fumar. A pesquisa mostra que a dinâmica é outra, que as pessoas não pararam de fumar ao usar DEFs. Nos últimos anos, a indústria tem difundido a narrativa de que os cigarros eletrônicos são uma alternativa mais segura aos cigarros tradicionais. Em comunicado no ano passado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) refutou essa perspectiva.

A indústria promove os produtos de nicotina como sendo ‘mais seguros’ que os cigarros em uma tentativa de desviar a atenção dos formuladores de políticas e dos consumidores do fato de que a nicotina em si é altamente viciante e prejudicial, especialmente para crianças e jovens. Os novos dados estão no Levantamento de Álcool e Drogas (Lenad), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) a pedido da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad) do Ministério da Justiça. Entre os entrevistados adultos, 95,1% responderam que os cigarros eletrônicos são extremamente prejudiciais e fazem muito mal. Já entre os adolescentes, o porcentual daqueles que têm essa opinião foi 88,8%. Apesar do maior uso dos dispositivos entre o público adolescente, a idade média na qual as pessoas experimentam o produto é de 24 anos. Entre os adolescentes usuários de ‘vapes’, 31,8% consumiram o produto no último mês. Considerando o público adulto, o percentual cai para 25,2%.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 37 milhões de adolescentes entre 13 e 15 anos usam tabaco atualmente. O uso de dispositivos eletrônicos é mais difundido entre os jovens na maioria dos países. O uso de sabores como algodão doce e chiclete, juntamente com embalagens coloridas, seja em cigarros ou nos ‘vapes’, representa uma tentativa óbvia de atrair os mais jovens, afirmou a OMS. Recentemente, um estudo realizado pelo Instituto do Coração (InCor) mostrou que quem utiliza os chamados ‘vapes’ pode consumir níveis de nicotina semelhantes ou muito superiores aos observados em fumantes de cigarros convencionais. O trabalho do InCor apontou que pessoas que afirmam possuir alta dependência em ‘vapes’ e usam os dispositivos por até 1 ano apresentam, em média, 435 nanogramas de nicotina no organismo. Isso é extremamente alto para esse período de tempo. Para se ter ideia, esse parâmetro é superior ao de quem procura tratamento após 25 anos fumando ao menos 20 cigarros por dia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.