27/Mar/2025
No Brasil, tem crescido o interesse por cogumelos. Segundo a Associação Nacional dos Produtores de Cogumelos (ANPC), a produção é impulsionada por variedades tradicionais como shitake, shimeji e champignon, de origem asiática e europeia, e chega a 14 mil toneladas anuais. São Paulo lidera o setor, concentrando 80% da produção nacional. Nos últimos 20 anos, a busca por novos sabores e o avanço das dietas veganas elevaram o consumo per capita de 30 gramas para 160 gramas por ano. Segundo o Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Micologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFungiLab), ligado ao Instituto Federal de São Paulo (IFSP), a expansão do mercado de cogumelos pode ganhar impulso com o estudo de espécies silvestres.
Desde 2019, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), um levantamento busca mapear as variedades comestíveis nativas do Brasil. Na primeira etapa da pesquisa, foram identificadas 409 espécies possíveis e confirmada a presença de 86; destas, 52 já são consumidas no Brasil, mas ainda não são produzidas em escala. Para viabilizar essa produção, os cogumelos precisam ser domesticados, ou seja, cultivados em condições controladas que reproduzam seu hábitat natural. Em laboratório, os pesquisadores já obtiveram sucesso com dez espécies. Além da catalogação, o estudo avalia o potencial de cultivo dessas variedades. A produção de cogumelos silvestres pode abrir novas oportunidades para pequenos produtores e extrativistas, além de incentivar o consumo de espécies nativas.
Além do investimento em pesquisa, a regulamentação da fungicultura é fundamental para incentivar a produção. São Paulo foi o primeiro Estado a oficializar a atividade, em 2024, enquanto em outras regiões os cogumelos ainda são classificados como hortaliças. A Câmara Setorial Paulista da Fungicultura quer expandir essa regulamentação para todo o País. Outro objetivo é incentivar o consumo de cogumelos frescos. Com mão de obra barata no exterior, os importados, vendidos em conserva, chegam ao Brasil com valores muito baixos, que não cobrem sequer os custos de produção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.