17/Mar/2025
A indústria de citros da Flórida, nos Estados Unidos, tem enfrentado diversos desafios nos últimos anos, como uma combinação de furacões e doenças nos pomares. Além dos problemas já conhecidos, a pressão do mercado imobiliário também tem afetado o setor. O Condado de Polk possui a maior área de citros no Estado, mas os pomares estão sendo "invadidos" por incorporadoras, à medida que mais pessoas se mudam para a Flórida. Em 2023, o Condado de Polk foi o que mais recebeu novos moradores no país. No ano passado, a população da Flórida cresceu em mais de 467 mil habitantes, alcançando 23 milhões e se tornando o terceiro maior Estado dos Estados Unidos. Algumas famílias proeminentes de citricultores, com várias gerações, têm colocado centenas de hectares à venda por milhões de dólares. Assim, "em algum momento, isso não vai ser mais um pomar de laranja", afirmou um produtor local.
A produção de laranjas sofreu uma queda de 90% nos últimos 20 anos, principalmente devido à doença conhecida como greening e aos furacões como o Irma, em 2017, e outros desastres naturais como geadas. Os pomares de citros do Estado, que cobriam mais de 337 mil hectares no início do século, ocupavam apenas 111,3 mil hectares no ano passado, e a Califórnia superou a Flórida como o maior produtor de citros do país. A Florida Citrus Mutual afirmou para legisladores estaduais, que perder a indústria de citros não é uma opção. Essa indústria está enraizada na Flórida. Citros são sinônimo de Flórida. Apesar do apelo, uma das maiores empresas de citros do país, a Alico, anunciou que vai encerrar suas operações em mais de 8,50 mil hectares devido à queda na produção. Isso afetou a indústria do suco de laranja, e processadores como a Tropicana estão operando com capacidade reduzida. Além disso, um grupo proeminente de produtores, a Gulf Citrus Growers Association, fechou as portas no ano passado.
Um ecossistema inteiro de negócios dependentes dos citros da Flórida está em risco, incluindo 33 mil empregos em tempo integral e parcial e um impacto econômico de US$ 6,8 bilhões só no Estado. Além dos produtores, há processadores de suco, cuidadores de pomares, vendedores de fertilizantes, empresas de embalagem, viveiros e fabricantes de doces, todos esperando por uma solução para o greening. Pesquisadores trabalham há oito anos em uma árvore geneticamente modificada que pode matar os pequenos insetos responsáveis pela doença, mas pode levar pelo menos três anos até que as árvores resistentes possam ser plantadas. Com isso, os produtores buscam ajuda de outras tecnologias, que incluem plantar árvores dentro de telas protetoras, cobrir árvores jovens com sacos brancos, injetar antibiótico e encontrar árvores que se tornaram resistentes ao greening por mutação natural e distribuí-las para outros pomares. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.