17/Mar/2025

O brasileiro terá de desembolsar mais neste ano se quiser levar para casa o tradicional ovo de Páscoa. Com o aumento do preço do cacau nos últimos meses, os fabricantes reduziram a produção de ovos e criaram novas opções, como barras de chocolate, biscoitos e bombons, para se adequar ao bolso do consumidor. O tamanho dos produtos também ganhou versões menores para atenuar os preços. A expectativa é de que os preços dos ovos subam, em média, 10% em relação ao ano passado. O avanço é reflexo, sobretudo, da alta de mais de 200% em dólar da cotação do cacau em relação a meados de 2023, quando os preços começaram a disparar e atingiram a maior cotação em 50 anos no mercado internacional. Por causa dessa escalada, a indústria de chocolates mudou o mix de produtos para atenuar o impacto do principal insumo no preço final do chocolate.

A saída foi reduzir a produção de ovos e ampliar o leque de outros itens que também levam chocolate, como bombons e barras de chocolate, por exemplo. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), foram produzidos para a Páscoa deste ano 45 milhões de ovos, volume 22,5% menor que os 58 milhões de unidades de 2024. Em contrapartida, a variedade de outros produtos que também levam chocolate na composição saltou de 611 tipos, em 2024, para 803 neste ano, alta de 31,5%. A Abicab admite que é um desafio para a indústria se planejar para a Páscoa em meio à disparada do preço do cacau. Mas evita confirmar que o ovo de Páscoa estará mais caro. O aumento de preço dependerá das estratégias comerciais do varejo. No ano passado, uma pesquisa da Fundação Procon de São Paulo apontou que, na véspera de Páscoa, havia uma redução de 17% no preço do ovo em relação ao valor do ano anterior.

A indústria como um todo está absorvendo a alta do cacau e do transporte, outro item de pressão. Além disso, tem tentado comprar melhor os insumos e usado receitas novas para atenuar o impacto na inflação do chocolate. Mas, cada fabricante tem sua estratégia. A Ferrero Rocher, por exemplo, adaptou a oferta. A companhia está apostando em ovos embalados em caixa, que têm um tamanho menor (137 gramas) em relação aos maiores, de 200 e 300 gramas nas embalagens tradicionais. O desafio é como levar a marca para mais consumidores. Os ovos menores estão ganhando mais espaço na produção em relação à Páscoa do ano passado. Além disso, a marca está apostando no tablete de chocolate, que não foi fabricado no ano passado. A intenção é ficar mais acessível, apresentando o chocolate em outros formatos.

A Mondelez está sendo criativa para não punir o consumidor. A companhia optou por formatos menores tanto nos tabletes quanto nos ovos, inclusive com inovações antes restritas aos ovos maiores. A empresa está otimista e espera o desempenho) em linha com o ano passado. Na Páscoa de 2024, a fabricante ampliou em 20% as vendas ante o ano anterior. A Cacau Show projeta crescimento de 30% a 35% em relação ao faturamento do ano passado. São 78 produtos no total, e 43 são novos. A Nestlé afirmou que o foco é na pauta de inovação. Entre elas, o ovo Caribe, que leva banana e o ovo Charge, com amendoim e caramelo. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.