12/Nov/2024
De olho nos percalços enfrentados pela citricultura de São Paulo, o estado da Bahia está preparando um pacote de incentivo fiscal para atrair empresas processadoras de suco de laranja que hoje estão comprando a fruta de agricultores locais. A perspectiva é replicar a experiência realizada com a cadeia do algodão. O produtor de algodão tem um incentivo fiscal, com isenção de ICMS, em que esse ICMS é administrado pelos próprios produtores em reuniões mensais que definem onde serão feitos os investimentos naquela região. É algo parecido o que está sendo desenvolvidos com essas indústrias. Já há indústrias interessadas em levar seu parque fabril para o Estado, uma delas demandando uma 30 mil hectares para o plantio do fruto.
A Bahia tem 30 mil hectares, clima favorável e lugares que podem receber essa indústria. Então, estão sendo viabilizadas estradas e distribuição de energia para poder absorver essas indústrias. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia produziu 610 mil toneladas de laranja em 2023, alta de 6,5% em relação ao ano anterior. Dentre os polos produtores, destaca-se o litoral norte do Estado, próximo à divisa com Sergipe, onde já estão instaladas indústrias como a Maratá e a Top Fruit. A Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb) confirma o fenômeno. A região norte da Bahia tem se transformado em um polo fortíssimo de citricultura. Há muitos empresários de São Paulo vindo em virtude de algumas doença, como o greening, que afeta pomares paulistas.
Considerada uma zona livre de cancro cítrico e greening, doenças que têm prejudicado a produção da Região Sudeste, a Bahia é um dos Estados brasileiros autorizados a exportar a sua produção de citros para a Europa, principal cliente internacional do setor. Até setembro deste ano, 113 mil toneladas de limão foram embarcadas para a Europa, o equivalente a 79,4% do total exportado pelo País no período. Só da Bahia, foram 21,45 mil toneladas. As condições climáticas, que permitem uma produção distribuída ao longo de todo o ano, e a logística, com dois portos próximos, também favorecem a citricultura na Bahia. O Estado está bem-posicionado e pode exportar por Salvador ou pelo Porto de Pecém, no Ceará. Por isso, a indústria de suco de laranja está no radar. A Bahia também está no radar da indústria, que reconhece o seu potencial. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.