13/Sep/2024
Com a intenção de promover o maior conhecimento sobre as plantas alimentícias não convencionais, conhecidas pela sigla Pancs, a ONG WWF Brasil e o Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper lançaram uma cartilha sobre essas espécies. No material, há imagens das plantas e dicas de onde encontrá-las e como aproveitá-las na cozinha. O grupo é composto por espécies pouco usuais no dia a dia, como beldroega, capuchinha, ora-pro-nóbis, taioba e bertalha. Há ainda partes desconhecidas de plantas convencionais, como o coração da banana verde e o tronco do mamoeiro. O termo “Panc” foi criado pela nutricionista Irany Arteche em 2008. Ela percebeu que o modo de falar esse acrônimo lembraria imediatamente o termo usado para se referir ao movimento cultural surgido nos anos 1970 e que desafiava os padrões da época, o punk, e isso ajudaria a popularizar essas plantas.
“As Pancs também trazem uma certa rebeldia”, argumenta. Afinal, valorizá-las significa sair da monotonia alimentar e ampliar os horizontes à mesa. Essas espécies proporcionam uma variedade valiosa de nutrientes. A ora-pro-nóbis, por exemplo, que tem se popularizado cada vez mais, é rica em magnésio, zinco e cobre, além de fornecer boas doses de compostos antioxidantes, conhecidos por proteger as células e reduzir o risco de doenças. As folhas têm um tipo especial de fibra, que beneficia o intestino, e dá viscosidade às receitas. A taioba, uma planta gigante, cujas folhas chegam a 80 cm de comprimento e 60 cm de largura, fornece ferro, vitamina A, magnésio, fibras e fósforo. A capuchinha tem luteína, substância que faz bem à saúde ocular, além de compostos antioxidantes.
A WWF e o Insper defendem que pensar sobre o tema significa aprofundar e ampliar a consciência sobre a relação com os alimentos, daí o lançamento de uma cartilha. A ideia dos organizadores do documento é inspirar não só a integração das Pancs na alimentação cotidiana, mas também fomentar um olhar mais cuidadoso e conectado com o mundo natural. Boa parte das plantas encontradas no Brasil é comestível. Não é recomendável, porém, sair pegando plantas que nascem em áreas urbanas e levá-las à cozinha. Segundo a cartilha, elas podem ter contaminantes e materiais poluentes. Se não tiver certeza de que é uma planta comestível, não coma, alerta o documento. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.