09/Sep/2024
De acordo com levantamento anual produzido pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) e divulgado na sexta-feira (06/09), o índice de incidência da doença greening subiu de 38,06% em 2023 para 44,35% em 2024 em todo o cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro. Este é o sétimo ano consecutivo de crescimento da pior doença da citricultura mundial. A incidência corresponde a aproximadamente 90,36 milhões de árvores afetadas. No total, são 203,74 milhões de laranjeiras em todo o parque citrícola. O avanço da doença é reflexo do maior registro histórico populacional do inseto (psilídeo) que transmite a doença (huanglongbing/HLB) ocorrida ainda em 2023, quando a média de captura por armadilha aumentou 54% em relação a 2022.
Em contrapartida, mesmo com a alta, o incremento de 6,29% na incidência neste ano foi significativamente menor do que o aumento de 13,66% de 2022 para 2023. Isso é um bom indicativo de desaceleração da velocidade de evolução da doença, mas o cenário ainda é de preocupação e continua exigindo dos citricultores a adoção de medidas eficazes para a mitigação da doença nos pomares, principalmente com o controle adequado do psilídeo e eliminação de plantas doentes. O avanço do greening é uma realidade no parque citrícola há sete anos. Isso não mudou. Os citricultores e profissionais do setor, que estão no dia a dia do pomar, precisam dar sequência ao trabalho que vem sendo feito para a mitigação da doença e o controle eficaz do psilídeo. Nessa batalha contra a pior doença da citricultura, não há espaço para relaxamento.
Todas as diretrizes oferecidas pelo Fundecitrus devem continuar sendo implementadas em todo o cinturão. Um dos possíveis fatores relacionados à desaceleração da velocidade de evolução da doença, de um ano para outro, é que em boa parte do segundo semestre de 2023 e início de 2024, as temperaturas foram mais altas do que o normal em todo o cinturão citrícola. Nas regiões norte e noroeste, onde a doença estava em baixa incidência em 2023, foi registrado um número maior de dias nos quais as temperaturas máximas foram superiores a 35°C. Isso pode ter desfavorecido a ocorrência de novas infecções. Embora essas ondas de calor não tenham sido suficientes para baixar a população de psilídeos, elas podem ter acelerado o crescimento dos brotos e afetado a multiplicação da bactéria neles, interferindo negativamente na aquisição e transmissão da bactéria pelo psilídeo.
Adicionado a esses fatores, também foram observadas ações de melhoria preconizadas pelo Fundecitrus e colocadas em práticas pelos citricultores nas medidas de controle do psilídeo. Essas práticas observadas estão relacionadas ao uso de produtos com maior eficiência, adoção da rotação de inseticidas com diferentes modos de ação, redução do intervalo de aplicação e melhor qualidade de pulverização, adotadas com o mesmo rigor tanto em pomares jovens quanto em adultos. Também foi mantida a eliminação de plantas doentes nas regiões com baixa incidência da doença e aumento da eliminação de pomares severamente afetados. Além disso, a escolha da área de plantio de novos pomares, com o objetivo de encontrar locais onde a pressão da doença é baixa, favoreceu a redução da incidência da doença no cinturão. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.