19/Jul/2024
De acordo com o 7º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (18/07), os preços da cenoura, da alface, do mamão e da melancia registraram queda de cerca de 20% em junho, em média, nos principais mercados atacadistas do País. A pesquisa considera as cinco frutas (laranja, banana, mamão, maçã e melancia) e hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA). No caso da alface, a maior diminuição de preço foi registrada na Ceasa de Recife (PE), com uma variação negativa de 46,49%. O cenário para a comercialização desta hortaliça nos meses de junho e julho se assemelha ao registrado em maio.
Mesmo com uma boa qualidade do produto, a demanda mais baixa influencia na queda dos preços. No caso da cenoura, apenas a Ceasa de Santa Catarina e a do Ceará não registraram queda superior a 20%, sendo que em Florianópolis (SC) os preços ficaram estáveis e em Fortaleza (CE) a diminuição alcançou 12,73%. A maior redução foi registrada em Goiás, com uma variação negativa de 35,76%. Esse cenário favorável ao consumidor pode ser explicado, muito provavelmente, pela constância dos envios da raiz aos mercados de todas as regiões produtoras e não só a partir de Minas Gerais, maior abastecedor nacional. Dentre as frutas, a queda para o mamão, na média ponderada em junho, ficou em 26,34%. A queda é explicada tanto pelo lado da oferta quanto pela demanda. Houve registro de maiores quantidades ofertadas de papaia e de formosa, originárias do norte do Espírito Santo e do sul da Bahia.
Além disso, a procura pela fruta no último mês foi mais fraca principalmente por causa do tempo frio, o que acabou provocando queda das cotações no atacado e varejo. A tendência é que em julho essa dinâmica se repita. Cenário semelhante é encontrado para a melancia. O aumento da produção em Goiás e o início da colheita da safra em Tocantins garantiram a boa oferta do produto nos mercados atacadistas. Aliado a isso, a demanda teve impacto negativo das temperaturas mais baixas. Com isso, a redução das cotações na média ponderada atingiu 23,72%. Os níveis de oferta de cebola, nos dois últimos meses, também foram capazes de provocar queda nos preços. Em junho, a redução foi de 10,83% nas cotações médias. Para tomate e laranja, também foi verificada queda na média ponderada das cotações, mas não em percentual tão elevado. No caso do tomate, a diminuição alcançou 6,11%, enquanto os preços da laranja na média ponderada caíram 3,29%.
No movimento contrário, batata, maçã e banana ficaram mais caras nos principais atacados. No caso do tubérculo, a produção da safra da seca não vem atingindo volumes suficientes para segurar os preços a ponto de baixá-los. A elevação ficou em torno de 3,36% na média ponderada. A banana registrou uma alta um pouco mais expressiva, alcançando 6,46% se considerarmos a média ponderada de preços do produto. O aumento é explicado, principalmente, pela diminuição da oferta da variedade nanica, em especial das regiões produtoras de Minas Gerais e São Paulo. Para a maçã, houve um pequeno incremento de 1,35% nos preços médios, em meio ao controle de oferta, maximizado pela safra ruim na Região Sul, por parte das companhias classificadoras. Além disso, a demanda anda baixa decorrente, principalmente, do tempo frio, festas juninas, férias escolares e concorrência com frutas de época. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.