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21/Jun/2024

HF: comportamento de preços no atacado em maio

De acordo com dados do 6º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (20/06), os preços da banana, da laranja e do mamão tiveram queda superior a 10% em maio nos principais mercados atacadistas do Brasil. Para a banana, foi verificada uma redução na média ponderada de 24,27%. A maior diminuição das cotações foi registrada na Central de Abastecimento (Ceasa) de Rio Branco (AC), com o preço da fruta em maio 42,35% mais em conta ante abril. A pesquisa considera as cinco frutas (laranja, banana, mamão, maçã e melancia) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA). A variação negativa na cotação da banana é influenciada pelo aumento da oferta nacional, principalmente da variedade nanica do Vale do Ribeira (SP), norte de minas Gerais e Santa Catarina. A banana prata também apresentou queda das cotações por causa da concorrência com a nanica.

Além disso, as duas variedades tiveram suas demandas reduzidas em virtude da concorrência com a mexerica poncã, fruta da época que muitos consumidores escolhem em troca da banana. Em junho, há tendência de a variedade prata exercer influência para a manutenção dos preços em níveis mais baixos, uma vez que é esperado um aumento na produção a partir de junho. Para o mamão, o aumento da oferta nas zonas produtoras do Espírito Santa e Bahia para ambas as variedades, principalmente o papaia, influenciou na queda dos preços, em especial nos primeiros 20 dias de maio. Na média ponderada, a redução chegou a 15,81%. Ainda que a quantidade de produto ofertado no atacado caia em junho, a tendência é que não haja aumento nos preços devido tanto ao volume de frutas que circula nos mercados como às baixas temperaturas a partir do início do inverno, que desestimulam o consumo de mamão. No caso da laranja, observou-se preços 13,33% menores na média ponderada.

Este cenário, no entanto, não deve se repetir em junho. Já no fim do mês de maio, os preços da fruta reverteram o comportamento de queda e esse cenário de incremento nas cotações deve continuar. A avaliação é que os estoques de suco estão baixos e a safra deverá ser controlada para abastecer o mercado interno e externo, pois o volume armazenado tenderá a cair ou ficar estável por causa do balanço entre alta demanda e pouca matéria prima para fabricar o produto. O preço da maçã registrou alta em maio e oscilação na oferta na maioria das Ceasas, por causa do controle executado pelas companhias classificadoras. Para a melancia, houve elevação dos preços e queda do volume total comercializado. As safras de São Paulo e da Bahia foram finalizadas e a produção em Goiás aumentou, mas ainda timidamente em relação ao ano anterior. A demanda é impactada negativamente pelo frio. Entre as hortaliças, a pesquisa considera os cinco produtos (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do IPCA.

O preço da alface, da cebola e do tomate registraram queda em maio. No caso da folhosa, o quadro atual é de diminuição de consumo e, por enquanto, condições favoráveis à produção e colheita. Com as temperaturas mais amenas, a produção das folhosas, em especial a alface, se desenvolve melhor, também favorecendo a qualidade do produto. No entanto, as temperaturas mais baixas influenciam em um menor consumo. Após longo período de tendência altista, os preços da cebola caíram. A média ponderada recuou 9,11% em relação à média de abril. Em maio, o abastecimento do bulbo é realizado de forma descentralizada, um dos fatores que influenciam nessa reversão do comportamento nos preços do produto. Ainda assim, mesmo com a queda verificada, as cotações continuam elevadas. Os preços do tomate também cederam após 3 meses de alta. Em maio, mesmo com oferta menor que em abril (-3,5%), as cotações ficaram mais baixas. Com a safra de inverno no mercado ganhando força paulatinamente, a oferta tende a permanecer em evolução, pressionando os preços para baixo.

No entanto, nessa época, o produtor tem maior controle sobre a quantidade de produto que coloca no mercado. A batata e a cenoura registraram aumento nos preços. A maior alta foi verificada para a batata, que, na média ponderada, apresentou elevação de 39,94%. A oferta do tubérculo foi insuficiente para atender a demanda por causa da alteração entre a safra das águas e da seca. Fato que foi agravado pelas volumosas chuvas no Rio Grande do Sul, que afetou não só a produção, como também a colheita e transporte do produto. Para a cenoura foi verificada uma nova alta de preço. A pressão de demanda é explicada pela menor quantidade de raiz enviada por Minas Gerais, maior produtor nacional. Existe tendência, entretanto, de reversão deste cenário. Nos primeiros dez dias deste mês, o aumento da oferta de Minas Gerais já influencia nos preços nos mercados atacadistas, com Ceasas já registrando diminuição nas cotações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.