20/May/2024

Segundo o Itaú BBA, com o início das atividades de processamento industrial da laranja no Brasil, a procura pela fruta deve se elevar e manter sustentados os preços do produto. Nesse contexto, chama atenção a dimensão da queda prevista da produção de laranjas, o que desenha uma oferta de suco bastante apertada para o ciclo 2024/2025 que se inicia. O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) divulgou, no dia 10 de maio, a primeira estimativa para a safra de laranjas do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Oeste Mineiro, de apenas 232,38 milhões de caixas de 40,8 Kg, o que representa queda de 24,4% em comparação com a temporada anterior. Caso a previsão se confirme, será a menor safra em 36 anos.

A perspectiva reflete o clima quente e seco no período pós floradas no ano passado, que gerou intensa queda de chumbinhos, além do greening, doença que causa preocupação estrutural no setor. Para completar, o Fundecitrus observou que a perspectiva é de chuvas abaixo da média para os próximos meses, o que deve manter a condição desafiadora para os pomares. Com isso, não há possibilidade de melhora do fluxo de exportação para o próximo ano safra e, mesmo nos próximos meses, os fluxos devem se mostrar abaixo do ano anterior, implicando um baixo estoque de passagem ao fim de junho. Ou seja, o ano safra 2024/2025 partirá de um estoque baixo para um ciclo produtivo com oferta substancialmente menor.

Para complicar, as revisões para baixo da safra norte-americana, sobretudo da Flórida, com 1,7 milhão de caixas de 40,8 Kg a menos em relação ao projetado em janeiro, colocam um viés negativo no tamanho da possível recuperação da produção dos Estados Unidos em relação ao ano anterior. Dado do Departamento de Agricultora dos Estados Unidos (USDA), que revisou em 850 mil caixas de 40,8 Kg para baixo a previsão de abril para a safra norte-americana 2023/2024, agora estimada em 65,9 milhões de caixas de 40,8 Kg, o que ainda indica aumento de 6,9% sobre o ano anterior. O ajuste se deu principalmente na safra da Florida, que passou de 19,8 milhões de caixas de 40,8 Kg para 18,8 milhões de caixas de 40,8 Kg, ainda 18,8% acima do ano passado. Em outubro de 2023, a primeira estimativa para a Flórida indicava 20,5 milhões de caixas de 40,8 Kg. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.