02/May/2024
Segundo o Rabobank, os preços globais de suco de laranja devem continuar sustentados por expectativas de oferta mais apertada, com uma provável queda da produção de laranja no Brasil em 2024/2025. A estimativa de produção está entre 250 milhões e 270 milhões de caixas de 40,8 Kg em São Paulo e no oeste de Minas Gerais, ante 305 milhões de caixas de 40,8 Kg são estimadas para 2023/2024. Na Bolsa de Nova York, o vencimento julho do suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ) fechou em 367,95 centavos de dólar por libra-peso no dia 29 de abril. Em 2024, a alta acumulada é de quase 18%. A combinação de temperaturas acima da média e chuvas abaixo da média em importantes regiões do cinturão de citros do Brasil nos últimos 12 meses é um importante fator para a produtividade levemente menor.
A alta incidência da doença conhecida como greening também deve limitar a produtividade. Além disso, a qualidade dos frutos em 2023/2024 no Brasil foi decepcionante, resultando em produção abaixo do esperado. Na temporada, a produção de suco foi de aproximadamente 900 mil toneladas, queda de 9% em relação a 2022/2023. Aumentos de produção em regiões como Flórida (EUA) e México não devem ser suficientes para compensar a quebra no Brasil. Outro importante fator para os preços elevados são os estoques reduzidos de suco de laranja. De acordo com estimativa do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os estoques de FCOJ devem encerrar a temporada global 2023/2024 em 150 mil toneladas, ante 200 mil toneladas em 2022/2023 e 400 mil toneladas na média de dez anos.
Os altos preços também estão afetando o consumo. A demanda caiu entre 15% e 25% nos últimos 12 meses nos principais mercados consumidores. O consumo global deve encerrar a temporada 2023/2024 com queda de cerca de 17% em termos de volume, e uma retração parecida é esperada para 2024/2025. O menor consumo pode resultar em equilíbrio no balanço global de oferta e demanda em 2023/2024, e, possivelmente, em um pequeno superávit em 2024/2025. Um mercado mais equilibrado significa que os preços terão menos espaço para uma possível disparada como a do último ano-safra, mas também terão potencial de queda limitado com a disponibilidade restrita de produtos e escassez de frutos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.