17/Jan/2024

A Bem Brasil, líder em batatas pré-fritas no País, com 55% de participação de mercado segundo a pesquisa Comex Stat, estima alcançar em 2024 uma receita de R$ 4 bilhões. Isso significa um crescimento de 14% sobre o ano passado, reflexo do avanço do consumo no Brasil. A expectativa é continuar crescendo em 2024. Nos últimos anos, o crescimento foi de 8% a 10% ao ano. É um mercado que tem muito potencial. Para atender essa demanda, a empresa investiu cerca de R$ 1 bilhão entre 2021 e 2023 em silos refrigerados, com capacidade de 400 mil toneladas, e na instalação de uma nova linha de produção em Perdizes (MG), passando a ter capacidade de 500 mil toneladas por ano. A empresa tem controle da produção, já que a maior parte das batatas por ela processadas são cultivadas em Perdizes (MG), nas fazendas dos sócios fundadores, os irmãos Rocheto. No ano passado, a receita da companhia já teve crescimento de 34,6%, para R$ 3,5 bilhões, com o aumento de preços e vendas de produtos de maior valor agregado.

A demanda está aquecida tanto no varejo quanto no segmento de food service. Atualmente, metade das vendas são voltadas ao consumidor final e metade ao food service. Antes da pandemia, a relação era 30% e 70%, respectivamente. A pandemia e a adoção crescente nos lares das fritadeiras eletrotérmicas fizeram mudar essa proporção. No acumulado de 12 meses até setembro de 2023, a categoria de batatas congeladas cresceu 19,8% em valor, conforme a Kantar Worldpanel, com o aumento de 21,8% no preço médio e de 3,4% na frequência de compra. Mas, houve queda de 5,2% de penetração nos lares no período. Em 2006, quando a Bem Brasil foi fundada, o consumo per capita de batatas no Brasil era de 500 gramas por ano. Hoje, é de 3,9 quilos. O segmento de batatas pré-fritas representa entre 20% e 25% do total. Nos Estados Unidos, o consumo per capita é de 12 quilos por ano, na Europa é de 15 quilos por ano. Diante disso, a companhia tem investido em ações para fortalecer a marca junto ao consumidor.

Em 2023, por exemplo, a Bem Brasil se tornou patrocinadora do time de vôlei Dentil Praia Clube, bicampeão da Superliga Feminina na temporada 2022/2023. Outra avenida de crescimento que a Bem Brasil pretende explorar são as exportações. A partir de abril, vai iniciar as vendas para o México. A empresa já exporta para Uruguai, Chile, Estados Unidos, Bolívia e Peru. Hoje, em torno de 4% da produção é exportada. A previsão é chegar em 2027 com 10% a 15% do faturamento vindo das exportações. A empresa produz batatas palito, batatas com carinha, batata rosti, mandioca, polenta e anéis de cebola pré-fritos. Atualmente, 70% das 450 mil toneladas de batatas utilizadas pela companhia são produzidas pelos fundadores. O restante é fornecido por cerca de 20 produtores das regiões de Araxá (MG) e de Perdizes. Os anéis de cebola, antes importados, agora são produzidos com cebolas de agricultores locais. A Bem Brasil compra batata produzida principalmente no período de abril a outubro.

Nesse período, a produção sofre menos com intempéries, e a batata fica com mais qualidade. Em 2023, as ondas de calor extremo só atingiram as áreas de produção no fim da fase de colheita, gerando pouca perda. A canadense McCain, maior concorrente da Bem Brasil no País, trabalha para crescer acima da média da categoria neste ano. A McCain continuará investindo na marca em 2024, usando todos os aprendizados do ano passado, para ser mais assertiva nos meios que trouxeram maiores resultados. O grupo McCain Brasil, composto pelas marcas McCain, Forno de Minas e Sérya, espera fechar 2024 com um faturamento de aproximadamente R$ 3 bilhões. No ano passado, a receita do grupo avançou quase 50%, impulsionada por um investimento mais robusto em publicidade. O grupo também avançou na produção local, com a operação da fábrica de Araxá (MG), inaugurada em 2022. A McCain tem parceria com 50 produtores locais para o fornecimento de batatas, sendo 85% em Minas Gerais e o restante em Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. Fonte: Globo Rural. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.